Bank of America entra na briga pelo controle do banco ABN Amro

09/01/2009

Um novo concorrente na briga pelo controle do banco ABN Amro pode surgir nos próximos dias. Existe a possibilidade de haver uma terceira oferta pelo banco holandês, que seria liderada pelo Bank of America . De acordo com Vasco Moreno, analista-chefe de bancos Europeus do banco de investimento Keefe, Bruyette & Woods, esta nova oferta tem grandes chances de ser a vencedora. Ainda de acordo com o executivo, o banco norte-americano formaria um consórcio com o inglês HSBC, o francês BNP Paribas e o ING Group.

Para Moreno, a proposta feita pelo banco britânico Barclays “não está morta, mas em estado crítico”.
Tentando evitar novos concorrentes, o consórcio formado por Royal Bank of Scotland, Santander e Fortis considera um aumento da oferta em dinheiro pelo ABN Amro para emplacar sua proposta conjunta pelo banco holandês.

Para viabilizar a iniciativa, as instituições cogitam vender ativos como forma de obtenção de capital. Na semana passada, os três bancos fizeram uma oferta de 72 bilhões de euros pelo ABN, sendo 70% em dinheiro e 30% em ações .

Segundo informações divulgadas na segunda-feira por agências internacionais, o Santander, para financiar sua parte da proposta pelo ABN, planeja vender sua participação minoritária no banco Intesa Sanpaolo, da Itália, e a companhia petrolífera Cepsa. No entanto, como o processo de venda dos ativos pode demandar algum tempo, o banco estuda um pacote de empréstimos de curto prazo para ter acesso aos recursos antes de completar as operações, de acordo com as agências.

LaSalle
Enquanto o consórcio estuda aspectos financeiros da proposta de aquisição do ABN Amro, questões sobre a venda do banco holandês podem parar na Justiça. Um dos acionistas do banco holandês, a Halpert Enterprises, entrou com uma ação na Suprema Corte do Estado de Nova York, nos Estados Unidos, contra a venda do banco LaSalle para o Bank of America.
O argumento apresentado pela Halpert é de que o acordo feito entre ABN e Barclays desestimula outras propostas que possam ser feitas, incluindo a do Royal Bank of Scotland. De acordo com o processo, os executivos envolvidos no processo de venda do banco norte-americano estão agindo somente em benefício próprio.

O fundo inglês TCI fez ontem um pedido ao conselho de administração do ABN de que retire Rijkman Groenink da presidência do banco holandês, acusando-o de prejudicar os acionistas na negociação.

Fonte:
Valor Economico