Banco Mundial reduz para 7,7% previsão de crescimento anual da China

08/10/2012

O Banco Mundial (BM) rebaixou para 7,7% – dos 8,2% estipulados em maio – sua previsão de crescimento anual para a China devido à baixa demanda para suas exportações e à queda do investimento na potência asiática.

É o que diz o último relatório sobre a região da Ásia oriental publicado nesta segunda-feira pela entidade financeira, que destaca o dano que os problemas econômicos da Eurozona e dos Estados Unidos – principais parceiros comerciais da China – causaram à potência asiática.

No contexto nacional, assegura que os legisladores chineses também estão com sérios obstáculos para impulsionar a demanda interna a um nível que permita equilibrar a redução das vendas ao exterior.

"A desaceleração do crescimento da China este ano foi significativa, e muitos temem que possa ir ainda mais rápido", acrescenta o BM.

Os últimos dados econômicos publicados pela China emitiram um panorama decepcionante para a segunda economia mundial.

Assim, as exportações cresceram abaixo do esperado em agosto, 2,7% em relação ao ano anterior, até alcançar os 177,9 bilhões de dólares, um ligeiro aumento em contraste com a alta do 11,3% registrada em junho.

Ao mesmo tempo, a produção industrial registrou neste mês seu crescimento mais baixo desde maio, 8,9%.

Isso gerou o receio de que o país não consiga cumprir os objetivos de crescimento para este ano, de 7,5%, meio ponto percentual a menos que o anterior.

No entanto, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou várias vezes que a economia do país se estabilizará após o início das medidas de estímulo adotadas neste ano e que se encontra em vias de cumprir suas metas de crescimento anuais.

Há um mês, as autoridades comunistas divulgaram que o país desembolsará 800 bilhões de iuanes (US$ 127 bilhões) em projetos de infraestrutura, incluídas novas linhas de metrô e de trem, para tentar estimular a economia.

Além disso, o governo reduziu duas vezes as taxas de juros desde junho, após anos de altas consecutivas.

Pequim prometeu também novas medidas para estimular o potencial da demanda interna, como cortes de impostos e políticas para encorajar os investimentos do setor privado, embora ainda não haja detalhes concretos a respeito.

O Banco Mundial explica que, apesar das declaradas intenções da China de fomentar a demanda interna, o regime ainda teme que uma redução tributária e outras medidas liberalizadoras gerem uma alta dos preços imobiliários e detonem a explosão da temida bolha imobiliária.

"O momento econômico será frágil durante os próximos meses", alerta o texto, mas acrescenta que, de forma positiva, o crescimento da China em 2011 dependeu menos do investimento externo que o ano anterior, o que não ocorria desde 1952.

"Isso indica que Pequim está tentando reequilibrar sua economia", conclui o documento.

O Banco Mundial também baixou seus prognósticos de crescimento para o resto do Leste da Ásia (que inclui países como a Indonésia, Malásia, Tailândia e Filipinas) por devido à redução das exportações.

No entanto, destacou que sua potencial demanda interna poderia começar a dar resultados a partir do próximo ano e que, se isso ocorrer, a região poderá retomar o crescimento de 7,6% para 2013.

 

Fonte:
EFE