Banco Mundial diz que recuperação de economias emergentes marcará final da crise
30/06/2009
Pequim, 30 jun (EFE).- O Banco Mundial (BM) assegurou hoje que a crise econômica chegará ao fim com a recuperação das economias emergentes, especialmente a China.
Esta é uma das principais conclusões do relatório "Desenvolvimento Financeiro Global 2009: Traçando uma Recuperação Global", apresentado hoje em Pequim pelos economistas do BM Mansoor Dailami e Hans Timmer.
"Estamos em um cenário de aterrissagem complicado", afirmou Dailami, depois de assinalar que a produção industrial e o comércio internacional caíram 15% em quatro meses (de setembro de 2008 a janeiro de 2009), a mesma porcentagem acumulada nos quatro exercícios anteriores.
Para o BM, os indicadores econômicos mais recentes já mostram sinais de "estabilização" da economia, mas a recessão ainda não foi superada.
Dailami explicou que a crise financeira castigou especialmente os investimentos nas economias emergentes, procedentes, em sua maioria, dos países desenvolvidos, os primeiros afetados pela quebra mundial.
O economista assegurou que a recuperação, prevista para 2010, baseará seus alicerces nas economias desenvolvidas, que serão responsáveis por mais da metade dos 2% do crescimento mundial previsto.
O empurrão chinês será especialmente significativo, que, por si só, suporá um terço do crescimento global durante os dois próximos anos.
"O padrão da crise é um V (em referência à forma dos gráficos que explicam a recessão), e não um L, ou um W, que seriam casos ainda piores", afirmou Timmer.
O analista defendeu que os governos ocidentais apliquem políticas econômicas que protejam as perspectivas das economias emergentes, apesar de isso não beneficiar suas economias domésticas, "já que este crescimento também serve a seus interesses".
A grande liquidez financeira injetada nos mercados também significará uma tensão na inflação, "não em curto prazo, mas que será um desafio em dois ou três anos".
No entanto, Timmer e Dailami descartaram que o dólar seja substituído como principal divisa de referência mundial, em curto prazo, uma possibilidade sugerida por Pequim.
"Esperamos um processo de enfraquecimento gradual do dólar", reconheceram.
Fonte:
Uol Economia
Efe