Banco do Brasil quer tornar seguro rural compulsório

09/01/2009

BRASÍLIA – O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Dercí Alcântara, afirmou nesta quinta-feira que a instituição quer tornar o seguro rural compulsório na contratação do crédito rural. Segundo ele, o seguro viabilizaria o crédito. “Quando quebra a safra, o produtor quebra junto. O seguro rural garantiria o pagamento do empréstimo”, explicou.

Ele afirmou que o seguro rural atualmente é subsidiado em 50% pelo Tesouro Nacional e que o Ministério da Agricultura está pleiteando no Orçamento de 2007 a liberação de R$ 100 milhões para subsídio ao seguro rural. Atualmente, os recursos para esta finalidade somam R$ 62 milhões.

Dercí Alcântara informou ainda que o Banco do Brasil pretende na próxima safra lançar opções de compra no mercado futuro. Ele disse que o Banco do Brasil quer, juntamente com a BM&F estimular o produtor a contratar a proteção contra a flutuação de preços (hedge). O Banco do Brasil garantiria a liquidez destes contratos. Ele diz que o Banco quer ampliar dos atuais 20 mil contratos de opção para 100 mil até o final do próximo ano.

Empréstimos
Alcântara afirmou que o Banco do Brasil não trabalha com a hipótese de prorrogar novamente as parcelas dos empréstimos dos produtores agrícolas. Segundo ele, um estudo da instituição mostra que em grande parte do País, os produtores terão condições financeiras de honrar suas parcelas.

A exceção, segundo Alcântara, é a região Norte do Mato Grosso, onde os preços dos produtos agrícolas estão sendo fortemente impactados pelo preço de logística e com isso há uma queda na margem de lucro do produtor. “Os produtores não deverão ter uma nova prorrogação das parcelas dos empréstimos. Os nossos estudos mostram que deve haver uma safra recorde e os preços previstos para 2007 serão favoráveis ao produtor”, afirmou Alcântara.

O diretor de Agronegócios do Banco ponderou ainda que em 2007 vencerá apenas a primeira parcela da prorrogação dos empréstimos de custeio, que, segundo ele, é pequena.

Em 2006, 330 mil produtores tiveram R$ 6 bilhões de parcelas de dívida prorrogadas. Alcântara disse que os estudos do Banco do Brasil ainda apontam um crescimento da margem de lucro dos produtores, entre 50% e 70%, em 2007, considerando a redução dos custos da produção, principalmente da soja, e os preços favoráveis. “Os cenários de dificuldades ficaram para trás. Em 2007 deveremos ter um aumento da área plantada e da produção”, afirmou Alcântara.

No final de novembro a carteira de crédito do agronegócio do Banco do Brasil totalizou R$ 45,9 bilhões, o que representam 1,4 milhão de contratos. Para Alcântara esses números mostram que o Banco do Brasil não está arrefecendo na sua disposição de financiar o setor agrícola.

Fonte:
Estadão.com.br