Balança comercial já tem saldo 47% menor
26/06/2012
Dependência de commodities, com alta volatilidade de preço, pode piorar situação ainda mais
O saldo da balança comercial no acumulado até a terceira semana de junho (US$ 6,211 bilhões, com média diária de US$ 51,8 milhões) é 48,7% menor que no mesmo período de 2011 (US$ 12,110 bilhões, com média diária de US$ 100,9 milhões). Na terceira semana de junho, com cinco dias úteis, a balança teve déficit de US$ 119 milhões.
As exportações totalizaram US$ 4.075 bilhões (média diária de US$ 815 milhões). O valor das importações chegou a US$ 4,194 bilhões (média diária de US$ 838,8 milhões). A corrente de comércio (soma das importações e exportações) atingiu US$ 8,269 bilhões (média diária de US$ 1,653 bilhão).
"O resultado da semana passada é um ponto fora da curva, mas o câmbio não será capaz de evitar uma queda substancial no saldo. Nossa projeção era de US$ 3 bilhões, considerada pessimista até pouco tempo. Mas não descartamos um possível déficit, se a situação da China se deteriorar", afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, para quem, o governo dá sinais de estar muito preocupado.
"A relativa recuperação do dólar deveria estar ajudando as exportações de manufaturado, mas as vendas estão caindo, por conta da Argentina. Além disso, o mundo está em recessão, daí a preocupação com a China, que tem na Europa seu principal destino para exportações", alerta.
Para o vice da AEB, o Brasil começará a perceber o erro estratégico de apostar no mercado de commodities: "O governo está com medo e procura agir pelo lado das importações, com barreiras tarifárias. Isso porque já sabe que nada pode fazer quanto às exportações. Nos últimos 11 anos tiramos proveito dos preços dos produtos primários, mas agora é o inverso. O preço médio da tonelada do minério de ferro caiu para US$ 100 a tonelada, contra média de US$ 136 ano passado. E no segundo semestre param as exportações de soja."
Fonte:
Monitor Digital