Atividade industrial de SP tem alta de 1,8% em agosto

09/01/2009

Novos dados anunciados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostram uma alta de 10,4% na atividade industrial paulista em agosto, em relação a igual mês de 2003, e de 1,8% sobre julho -mês em que a produção já estava elevada. Pela primeira vez no ano houve queda nas exportações em São Paulo em um mês.

Agosto registrou retração de 1,3% no total de itens industrializados embarcados pela indústria de São Paulo, em comparação a julho. O maior consumo no mercado interno -assim como a redução na demanda de certos segmentos e produtos fora do Brasil- levou a essa mudança nos números. No acumulado do ano, a taxa de expansão nos embarques ainda é alta, mesmo que tenha registrado leve desaceleração.

De janeiro a agosto, o crescimento nas exportações foi de 35,4% sobre o mesmo intervalo de 2003. Até julho, o crescimento era de 35,9%.
“Ainda aguardamos um aumento no consumo interno e queda na velocidade de expansão da indústria nas exportações, por conta na queda do preço no exterior e do esgotamento de certos mercados”, diz Cláudio Vaz, presidente eleito do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). “Mas acreditamos que a venda externa ganhe fôlego crescendo em outros mercados não explorados”, afirmou.

Após um longo período sem apresentar dados por conta de uma reformulação metodológica em sua pesquisa de conjuntura, a federação publicou ontem esses números, que confirmam o movimento de retomada contínua na atividade desde maio. A pesquisa, que é mensal, foi interrompida em março, e ontem foram apresentados todos os números.

No acumulado do ano, até agosto, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registra alta de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já é aguardada uma redução no ritmo de expansão da indústria para os próximos meses, segundo a entidade. “Como o desempenho industrial neste último trimestre terá de ser comparado com o registrado no ano passado -quando as fábricas tiveram uma aceleração na produção-, a tendência é que as taxas sejam “menos exuberantes”, disse Cláudio Vaz.

“Se não tivéssemos tido esse aumento na taxa de juros neste mês, assim como o aumento na meta de superávit fiscal do governo, esse provável aumento na produção seria maior”, afirmou ele.
No ano, o salário médio real do trabalhador da indústria cresceu 7,6% sobre os primeiros oitos meses de 2003. As vendas reais (para mercado doméstico) aumentaram 19,3% no período.

Houve uma discreta expansão no uso da capacidade instalada da indústria -utilização das máquinas, a grosso modo. Passou de 82,3% em julho para 82,6% em agosto. Essa questão é foco de preocupação do governo porque, se as empresas atingem o limite, e a demanda se mantém alta, há risco de pressão inflacionária.

Folha Online
25/9/2004