Até 2015, negócios com petróleo podem movimentar US$ 214 bilhões

09/01/2009

A Petrobras quer se tornar líder no mercado de gás, petróleo e biocombustível na América Latina. Para isso, pretende investir US$ 87,1 bilhões entre 2007 e 2011

O novo plano de negócios da Petrobras deverá gerar US$ 214 bilhões nos próximos anos. A projeção foi apresentada pelo presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, durante exposição do Plano de Negócios da Petrobras 2007-2011, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta sexta-feira (21/07).

A geração desses recursos, assim como a criação de 225 mil postos de trabalho diretos e 615 mil indiretos, no mesmo período, estão previstos em virtude dos investimentos planejados pela empresa: US$ 87,1 bilhões. “O programa deve estimular os fornecedores, pois viabilizará o desenvolvimento de diversos setores da cadeia produtiva. Será, com certeza, um desafio para a infra-estrutura do País”, disse Gabrielli.

Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib), no entanto, adverte que o plano só terá sucesso, se a indústria de bens e serviços tiver preparada para fazer parte desse programa de investimentos. O próprio Gabrielli admite que o plano tem limitações relacionadas aos recursos humanos e tecnológicos da cadeia produtiva de petróleo e gás.

Estratégias de negócio

De acordo com Gabrielli, 20% dos investimentos serão em novos negócios. A Petrobras estima aumentar a produção e a expansão das reservas de óleo leve e gás natural, expandir a capacidade e melhorar a qualidade dos produtos refinados, aumentar a capacidade de bio-refino e os negócios de biomassa, petroquímicos e fertilizantes.

Fora isso, visa promover a produção brasileira de biodiesel e a exportação de etanol, aumentar a participação no mercado de distribuição e expandir as atividades de produção da empresa no exterior, especificamente, no Golfo do México e na África.

Hoje a Petrobras atua em 18 países. Recentemente comprou 50% da refinaria de Pasadena, na cidade de Houston, no Texas (EUA). “A atividade de exploração no exterior é fundamental para continuarmos crescendo”, garantiu Gabrielli.

Gás natural

Os planos da Companhia com relação ao abastecimento de gás natural, provavelmente, tranqüilizaram os empresários paulistas presentes no evento. Além de almejar a auto-suficiência em gás, a partir do crescimento da demanda para 17,7% ao ano, a estatal já iniciou a construção de duas plantas de regaseificação – para transformar gás líquido em gasoso – em navios no Nordeste e Sudeste do País.

Os planos de produção nacional do insumo são audaciosos. A intenção é, até 2008, ampliar a oferta de gás natural no Sudeste dos atuais 15,8 milhões de metros cúbicos/dia para 40 milhões de metros cúbicos/dia e, em 2011, ofertar 121 milhões de metros cúbicos/dia (veja tabela) – inclui-se nesse montante a parte demandada pelas refinarias da estatal.

“Os investimentos totais na cadeia de gás natural somam R$ 22,1 bilhões, sendo que a maior parte será destinada ao desenvolvimento de gás não associado à produção de petróleo”, comentou o presidente da estatal.

Na área de petróleo e derivados, o desafio é produzir óleo leve a partir de óleo pesado, aumentar o refino e elevar qualidade do diesel e da gasolina para atender as exigências dos mercados norte-americano e europeu.

“Queremos acelerar nossa produção de óleo leve, pois o mercado mundial tem escassez relativa do produto, o que faz com que a diferença do preço do barril entre o óleo leve e o pesado chegue a US$ 19”, afirmou Gabrielli.

Na opinião de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o poder de robustez da Petrobras, que prevê a possibilidade de realizar tudo isso mesmo que o barril de petróleo chegue a US$ 23 é impressionante. “Desejamos sucesso e que a projeção de crescimento da companhia de 7,8% ao ano seja também a do Brasil nos próximos anos”, disse ele.

Fonte:
Mariana Ferreira
Agência Indusnet Fiesp