Aplicação de estrangeiros no Brasil é recorde

09/01/2009

Graças ao bom desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e à valorização do real em relação ao dólar, a carteira de investimentos de não residentes alcançou U$ 24,9 bilhões ou R$ 71,2 bilhões, em novembro. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que compila os dados, este valor é recorde em relação a todo o histórico acompanhado, iniciado em 1991. “Em janeiro do ano passado, essa mesma carteira era de apenas US$ 10 bilhões”, lembra Roberto Mendonça Pereira, gerente de acompanhamento de investidores estrangeiros da CVM. Ele acredita que a barreira dos US$ 25 bilhões pode ser ultrapassada já em dezembro.

Os dados acompanhados pela CVM são relativos aos investimentos estrangeiros em ativos brasileiros de acordo com a normas da Resolução 2.689, do Conselho Monetário Nacional (CMN). “Há algumas outras maneiras de ingresso dos recursos, mas hoje a principal é via 2.689”, explica o gerente da CVM.

Como quase 90% dos recursos investidos são destinados a ativos de renda variável, o desempenho da Bovespa é um fator decisivo não só para o desempenho da carteira como também para o fluxo de entrada e saída de recursos. Este último, de acordo com os dados da CVM, vinha registrando saldos negativos desde meados do ano e voltou a ficar positivo em novembro, num possível sinal de confiança dos aplicadores em relação ao potencial do mercado de ações brasileiro.

A valorização da bolsa local também fez com que o percentual total de ativos aplicados em renda variável aumentasse dos 86% verificados em 2003 para os atuais 89%, enquanto o de renda fixa, que era de 11% caiu para 9%.

No ranking das principais instituições que investem dinheiro de estrangeiros em ativos brasileiros, o primeiro lugar continua a ser ocupado isoladamente pelo Citibank, com 57% do total. Em seguida, vêm o BankBoston, com 20%, e o Itaú, com 3,58%. Em relação ao ranking do fim de 2003, o Pactual ultrapassou o Credit Suisse First Boston e agora ocupa a quarta posição. Também a Hedging-Griffo e o BNP Paribas ganharam posições e ocupam agora, respectivamente, o sétimo e o oitavo lugar. Já os bancos Santander e HSBC, que não integravam a lista, passaram a ocupar as duas últimas posições. Este último acaba de promover uma apresentação com potenciais grandes investidores na Europa para divulgar o Brasil. Deixaram de integrar a lista divulgada pela CVM as corretoras Mellon e Tendência.

A autarquia também divulgou ontem o início de uma série de mudanças em seu site na internet, que tem por objetivo melhorar a navegação do internauta. As primeiras modificações incluem links rápidos logo na página de abertura para os principais assuntos de interesse do aplicador. No próximo ano, mais novidades serão implementadas e terão como alvo a educação desses investidores.

Valor Online
Catherine Vieira Do Rio
21/12/2004