Anfavea vai a Brasília discutir regime e prorrogação da redução do IPI

24/10/2012

São Paulo

Representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) se reuniram ontem com equipe do Ministério da Fazenda. Segundo o vice-presidente da entidade, Luiz Moan,  o encontro serviu para fazer acertos do novo regime automotivo. O executivo admitiu, no entanto, que a manutenção da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis produzidos no País garantiria preços mais vantajosos dos automóveis para o mercado como um todo. Na última segunda-feira o presidente da Anfavea, Clerdovino Belini, afirmou que a entidade queria discutir com o governo a ampliação do benefício.

Enquanto isso, no Salão do Automóvel, a sul-coreana Kia lamentou o novo pacote automotivo. “O Brasil precisa de um regime, mas não concordamos com a cota e o aumento do IPI, que são absolutamente exagerados”, disse o presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini. A média de emplacamentos da Kia, no Brasil, foi de 52 mil carros nos últimos três anos. Para 2013, a expectativa é manter os cerca de 50 mil carros vendidos neste ano. Em 2011, antes do anúncio do aumento do IPI, a marca havia traçado a meta de vendas de 100 mil veículos neste ano. “Não há dúvidas de que fomos os mais prejudicados com o regime automotivo”, disse Gandini. “Mas não vamos jogar tudo o que construímos fora.”

Já o diretor-presidente da Jaguar Land Rover na América Latina, Flávio Padovan, disse que a decisão de instalar uma fábrica no Brasil deve sair até o final do ano. “Temos o desejo de produzir no País, mas só anunciaremos uma decisão depois da conclusão dos estudos”, disse o executivo durante o salão do automóvel. Outras marcas como Volvo e Audi descartaram fabricação local durante o evento.

Com obras avançadas da planta de Jacareí (SP), a chinesa Chery afirmou que se sente “confortável” com a cota estabelecida. O presidente da montadora no Brasil, Luís Cury, afirmou que oito fornecedores  foram homologados pelo Departamento de Engenharia da Chery para trabalhar no entorno da unidade. “Todos são genuinamente nacionais”, diz.

As marcas chinesas Changan e Haima, além da coreana SsangYong, anunciaram ontem que vão produzir veículos comerciais e de passeio em uma planta em Linhares (ES). Regulamentado o novo regime, as marcas decidiram mudar a decisão de apenas montar veículos no País para produzir em solo nacional. O aporte, inicialmente de US$ 300 milhões, deve aumentar até 25%, segundo a Districar, importadora exclusiva das três marcas no País.

Fonte:
Panorama Brasil