Anatel estima que Brasil seja o quarto em celulares
09/01/2009
O mercado brasileiro de celulares poderá crescer até 50% em 2004, encostar nos 70 milhões de aparelhos e tornar-se o quarto maior do mundo no fim do ano – superado apenas por China, Estados Unidos e Japão.
A provável escalada no ranking deverá ser resultado do excelente ano para o setor de telefonia móvel, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Nos oito primeiros meses de 2004, foram ativados 10,638 milhões de novos aparelhos. Esse número já corresponde a mais de 92% de todos os celulares colocados no mercado em todo o ano passado. Representa ainda um crescimento de 104% sobre o número de novos telefones em serviço de janeiro a agosto de 2003.
Para Jarbas José Valente, conselheiro da Anatel, a expansão não tem segredos: reflete a conjuntura favorável da economia nos últimos meses. Nas projeções mais conservadoras da agência, o mercado de telefonia móvel fechará este ano com 62,3 milhões de aparelhos – previsão que apenas transpõe, para o último quadrimestre, os números registrados até agosto.
Valente observa, porém, que o segundo semestre normalmente apresenta vendas 20% maiores em relação à primeira metade do ano. Seguindo esse ritmo – e levando em conta períodos de corrida às compras como Dia das Crianças e Natal -, o ano pode terminar com 69,8 milhões de celulares ativos no mercado.
O número é suficiente para fazer o Brasil ultrapassar até o poderoso mercado alemão, hoje com 63,8 milhões de celulares em operação. Itália e Reino Unido já ficaram para trás, ainda que o desempenho do mercado brasileiro nos quatro meses finais de 2004 não corresponda às expectativas. Até o fim de agosto, o país já contava com 57,011 milhões de celulares habilitados. A China lidera o ranking com folga.
Para a Anatel, um dos aspectos mais relevantes desse crescimento é que ele permitirá a auto-sustentabilidade da indústria brasileira de celulares. Ou seja, os fabricantes de telefones não vão depender de exportações para garantir o uso da capacidade instalada das suas fábricas.
Valente estima que só a troca de aparelhos para uso no mercado doméstico vai gerar uma demanda de 15 milhões de novos celulares por ano. “Hoje as indústrias estão produzindo no limite”, afirmou. “As empresas estavam exportando muito mais, mas agora dão prioridade total ao mercado interno.”
Apesar de já contar com 31,8 habitantes por celular, segundo os números referentes a agosto, o mercado brasileiro tem clientes que ainda gastam relativamente pouco falando ao telefone. Quase 80% dos assinantes usam aparelhos pré-pagos e consomem apenas R$ 23 por mês em ligações, em média – o equivalente a US$ 8, valor que pode não ser muito atraente para empresas estrangeiras que convertem seus ganhos em moeda estrangeira. Os clientes de planos pós-pago, um quinto do total de usuários, gastam R$ 47 por mês em média.
De acordo com o balanço da Anatel, os celulares de tecnologia GSM (usada pela Oi, Claro e TIM) já representam 28,64% dos aparelhos usados no país – há um ano, eram menos de 10%. Com isso, o GSM já se iguala à participação do CDMA, tecnologia usada pela Vivo, maior operadora móvel do país.
Valor Online
17/9/2004