Analistas projetam PIB fraco também em 2007

O anúncio de crescimento de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) feito ontem pelo IBGE causou decepção no ministro da Fazenda, Guido Mantega, e levou analistas de mercado a projetarem fraco crescimento da economia também ao longo de todo o ano de 2007. Para 2006, o mercado projeta alta de no máximo 3,3% do PIB.

Entrevistado pelo jornal O Estado de S.Paulo, o economista-chefe da MCM Consultores, Celso Fonseca, apostou em uma alta de exatamente 3,3% do PIB no próximo ano, contrariando a meta de 5% estabelecida pelo governo federal a partir do próximo ano. Ele, no entanto, admitiu a possibilidade de se atingir até 4,5%, mas não de forma “sustentável”.

“A gente acha que é possível crescer mais, até 4% ou 4,5%, com medidas de estimulem a demanda agregada, como o afrouxamento da política monetária, mas isso não seria sustentável”,afirmou Fonseca.

Para o economista Sergio Vale, da MB Associados, o PIB não deverá crescer mais em 2007 porque, segundo ele, as importações deverão seguir crescendo mais que as exportações, como ocorre atualmente, devido à apreciação do câmbio. Aliado a isso, ele acredita que o consumo das famílias poderá inclusive cair no próximo ano.

Para o economista Guilherme Maia, da Tendências Consultoria Integrada, o governo tem de reduzir a carga tributária e os gastos públicos e não ficar em incentivos pontuais para alguns setores produtivos.

“Se não houver diminuição da carga tributária nem redução dos gastos públicos, alguém vai ter que pagar a conta desses incentivos e, nesse caso, o resultado seria um zero a zero”, disse.

Fonte:
Invertia