Alta do petróleo freia queda do dólar, que fecha a R$ 2,296
09/01/2009
O dólar encerrou quase estável nesta segunda-feira, pois a expectativa de ingresso de recursos no país foi ofuscada pelo avanço dos preços internacionais do petróleo e por alguma cautela sobre o cenário político.
A divisa norte-americana encerrou a R$ 2,296, em leve queda de 0,13%. Durante os negócios, o dólar chegou a recuar 0,57%, mas os investidores resolveram ajustar as posições perto do fechamento.
“Tem as notícias do furacão nos EUA e o petróleo que subiu, tem também os depoimentos da semana, amanhã tem o Toninho da Barcelona”, disse o operador de câmbio de uma corretora nacional, que pediu para não ser identificado, destacando o depoimento do doleiro Antonio Oliveira Claramunt à CPI dos Bingos.
“E tem o Fed, apesar de o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juro ser previsto. Tudo é motivo para zerar posições, então à tarde os bancos tomaram um pouco de dólares”, acrescentou o operador.
Os contratos de petróleo em Nova York avançaram mais de US$ 4 nesta segunda-feira, ou 7%, e fecharam em US$ 67,39 o barril, com preocupações sobre a possibilidade de a tempestade tropical Rita atingir o golfo do México.
O dólar também avançava ante as principais moedas, com expectativa de que o Federal Reserve siga elevando os juros norte-americanos em sua reunião desta terça-feira.
Fluxo positivo
Apesar da pressão de alta, a valorização da moeda nort-americana foi contida por pela expectativa de ingressos de recursos tanto de exportações quanto de recentes captações privadas.
Dados desta manhã mostraram que a balança comercial brasileira acumulou superávit de 1,302 bilhão de dólares na terceira semana de setembro, elevando o acumulado no ano para mais de US$ 31 bilhões.
“O mercado está pequeno e o pessoal está aguardando as possíveis entradas de fluxo das captações”, afirmou Hideaki Iha, analista de mercado da corretora Souza Barros.
Ele acrescentou que a possibilidade de compra de dólares pelo Banco Central ficou descartada nesta segunda-feira, uma vez que os funcionários da instituição estão em greve por tempo indeterminado.
Outra notícia que foi recebida de forma positiva pelos investidores – apesar de já ser aguardada desde quinta-feira passada – foi o anúncio da primeira emissão brasileira de bônus em reais.
O Brasil lançou nesta segunda-feira no mercado internacional US$ 1,5 bilhão em bônus denominados em reais com vencimento em 2016, de acordo com fontes do mercado. Os detalhes finais da operação ainda não foram confirmados pelo Tesouro Nacional.
No mercado futuro, os contratos de dólar com vencimento em outubro fecharam a R$ 2,309, em leve queda de 0,03%, após 63,6 mil títulos negociados.
O dólar paralelo apontou alta de 0,39%, cotado a R$ 2,48 para compra e R$ 2,58 para venda. No turismo, a divisa era comprada a R$ 2,25 e vendida a R$ 2,39, com queda de 0,42%. No traveller check, a moeda valia entre R$ 2,26 e R$ 2,36, também com desvalorização de 0,42%.
No mercado de títulos da dívida soberana brasileira, a taxa de risco-País, medida pelo Embi+ do JP Morgan, indicava queda de 1,09%, aos 363 pontos.
O Global-40 subia 0,31%, para 120,438% do valor de face.
Com base nos negócios no interbancário, o mercado estima que a Ptax – média das cotações apuradas do dólar – ficou em R$ 2,2901.
Fonte:
Invertia
Investnews
19/9/2005