Alta do petróleo aumenta interesse por biocombustível

SÃO PAULO – Diante da forte alta da cotação do petróleo no mercado internacional, que já alcança 45%, e das perspectivas de que as reservas de petróleo do planeta se esgotem em 50 anos, um número cada vez maior de países tem demonstrado interesse em conhecer mais sobre os biocombustíveis.

Como o Brasil é o maior produtor mundial de álcool extraído de cana de açúcar, vários países têm convidado representantes do Ministério da Agricultura brasileiro para participar de seminários e palestras sobre a produção de álcool combustível.

Alemanha, Reino Unido e Índia
Segundo o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan, em alguns casos o Brasil é convidado a dar assessoria para países interessados em instalar destilarias de álcool. Dentre os países que já demonstraram interesse pelo assunto, estão alguns gigantes mundiais, como a Alemanha, o Reino Unido e a Índia. No caso da Alemanha, por exemplo, o país tem interesse em investir no setor sucro-alcooleiro brasileiro, afirma Bressan.

Na visão do diretor, os técnicos brasileiros têm conhecimento suficiente para orientar outros mercados e construir a infra-estrutura necessária. Otimista, Bressan acredita que o Brasil tem capacidade quase ilimitada de produzir cana e álcool combustível.

Demanda interna também cresce
Para a safra 2005/06, a previsão é de que o Brasil produza 390 milhões de toneladas de cana para a fabricação de álcool combustível e açúcar, possibilitando que sejam destilados 16 bilhões de litros de etanol. Nos oito primeiros meses de 2005, as exportações brasileiras de álcool alcançaram 1,6 bilhão de litros, o que representa um faturamento de US$ 450 milhões.

Engana-se quem acredita que a demanda cresce apenas no mercado externo. No mercado interno ela também aumentou, já que desde março de 2003 passaram a circular no País 850 mil novos veículos bicombustíveis. Até o final deste ano, a expectativa é que a frota nacional alcance um milhão de veículos. Em resposta ao aumento desta frota, a demanda por álcool combustível está crescendo em quase um bilhão de litros por ano, lembra Bressan.

Fonte:
Info Money Pessoal
7/10/2005