Álcool já não compensa em 13 Estados do País

O preço do álcool hidratado manteve o ritmo de alta na semana passada e em 13 Estados o combustível já perdeu a competitividade em relação à gasolina. Pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostra que o litro do álcool subiu 2,9%, em média, nos postos brasileiros na última semana e chegou a R$ 1,591. Em São Paulo, a alta foi maior: 4,5%. O preço médio cobrado pelos postos paulistas ficou em R$ 1,381 por litro.

O levantamento da ANP aponta que, nas últimas quatro semanas, o preço do álcool acumula alta de 6,9%, em média, no Brasil, e de 13,6% em São Paulo. Apesar da alta mais acelerada do que em outros Estados, São Paulo permanece como o mercado em que usar álcool apresenta maior vantagem financeira para o proprietário de carros bicombustíveis.

Segundo a ANP, o preço do álcool no Estado é equivalente a 57% do valor de venda da gasolina (R$ 2,408). Para os especialistas, o álcool deixa de apresentar vantagens se ultrapassar 70% do preço da gasolina, uma vez que o combustível derivado da cana-de-açúcar tem rendimento menor.

Na região Norte, os proprietários de carros bicombustíveis devem optar pela gasolina na hora de abastecer.

No Acre, o álcool está custando 69% do preço do derivado de petróleo – no limite, portanto, do que se considera vantajoso. Em todos os outros Estados a relação ultrapassou os 70%. No Amapá, chega a 85%. O litro de álcool hidratado, nesse Estado ficou em R$ 2,107 na última semana.

No Nordeste, três Estados estão com o preço da gasolina mais em conta: Bahia, Piauí e Sergipe. Na região Sul, apenas o Rio Grande do Sul apresenta desvantagem na comparação entre álcool e gasolina – no Paraná e em Santa Catarina, ainda vale a pena optar pelo primeiro.

No Sudeste já é mais caro usar álcool em Minas Gerais e no Rio de Janeiro os preços estão bem perto do limite estipulado No Espírito Santo, a relação de preços está em 67%. No Centro-Oeste, produtor de cana, só o Distrito Federal apresenta desvantagem.

Devido ao grande volume de vendas e à proximidade das usinas produtoras, os postos paulistas são reabastecidos com mais freqüência e com produtos mais novos do que em outros Estados, daí o ritmo mais acelerado de repasses.

Usinas – O movimento altista, porém, pode arrefecer nas próximas semanas, uma vez que nas usinas já se nota uma reversão da tendência, após seis semanas seguidas de aumento. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP), o litro do álcool hidratado recuou 1,48% essa semana. O álcool anidro, que é misturado à gasolina, caiu 0,37%.

De acordo com a equipe de pesquisadores do Cepea, o cenário de queda nos preços do álcool já era esperado pelo mercado após as altas entre dezembro de 2006 e a primeira semana de 2007, quando a demanda pelo combustível normalmente é alta.

Fonte: Diário do Grande ABC