Alan García eleito novo presidente do Peru

09/01/2009

O ex-presidente Alan García, de 57 anos, do Partido Aprista Peruano, venceu neste domingo o segundo turno da eleição presidencial do Peru, de acordo com a contagem da Organização Civil Transparência, entidade independente observadora do processo eleitoral. Ele obteve 52,4% dos votos, enquanto seu rival, o candidato nacionalista Ollanta Humala, de 43 anos, da coalizão União pelo Peru (UPP), ficou com 47,6%.

Humala venceu em 15 dos 25 departamentos (províncias) do país. Logo após a divulgação do resultado das projeções, García deixou sua casa em San Isidro e se dirigiu à sede de campanha, onde uma multidão de partidários o esperava. O candidato esperou o resultado da Transparência para dirigir-se aos peruanos, prometendo desenvolver o país e atender às queixas das províncias mais pobres, onde Humala teve mais votos. Depois, advertiu aos seus colegas de partido que não esperem cargos públicos nem privilégios e se comprometeu a manter a austeridade.

Com o resultado, García retorna à presidência de um país que ele deixou em situação caótica com recessão, hiperinflação, violência fora de controle e escândalos de corrupção, no período de 1985 e 1990. Desta vez, ele buscou superar a alta taxa de rejeição explorando o medo de um possível governo Humala e usando a estrutura do Apra, único partido com presença em todo o país. A vitória de García também impõe uma das mais duras derrotas ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que interferiu diretamente na eleição peruana ao apoiar Humala.

García assumirá a presidência em 28 de julho por um período de cinco anos – substituirá Alejandro Toledo, que segue com popularidade ao redor dos 30%. No mesmo dia, tomarão posse os membros do novo Congresso Nacional. Nem Humala nem García terão maioria entre os 120 parlamentares.

A economia peruana está entre as que mais cresceram nos últimos anos na América Latina. Em 2005, o PIB subiu 6%, a inflação ficou em 1,3%, a dívida externa total caiu para cerca de 29 bilhões de dólares. Já o peso do PIB em relação à dívida pública caiu de 46% para 38%.

Fonte:
Revista Veja