Aeroporto terá contenção de ruído de empresa italiana
09/01/2009
A Isolpack, empresa italiana especializada em tecnologias para controle de ruído em aeroportos, rodovias e vias urbanas, firmou uma parceria com o aeroporto de Jundiaí, a cerca de 50 quilômetros da capital paulista, para o desenvolvimento de uma barreira de proteção para a área de testes das aeronaves.
A transferência de tecnologia envolve ainda as empresas brasileiras de engenharia Riuma Engenharia e Engevix.
Dentro de dez dias, a direção do aeroporto deverá ter em mãos as possíveis soluções para a contenção de ruído, que inclui a construção de barreiras físicas em forma de “U”, que podem ser de materiais tão diversos quanto terra, madeira, acrílico e metal.
A parceria com a Isolpack foi firmada no âmbito do comitê de meio ambiente da Câmara Ítalo-Brasileira, que está promovendo em São Paulo o primeiro seminário com foco em negócios ambientais.
O encontro visa criar oportunidades de negócios entre empresas dos dois países, com expectativa de movimentar cerca de US$ 5 milhões nos próximos três anos em novos negócios, apenas na área de proteção acústica. Empresas italianas vão expor ainda equipamentos para medição e tratamento de água e esgoto, softwares específicos para gestão da água e também tecnologias para transformação de resíduos sólidos em energia. “O escopo do seminário é promover parcerias entre empresas e instituições.
Queremos mostrar que a Itália tem grande sensibilidade quanto à questão ambiental e tecnologias avançadas”, afirma Edoardo Pollastri, presidente da Câmara Ítalo-Brasileira.
O aeroporto de Jundiaí passou recentemente por obras de expansão, que demandaram investimentos de R$ 3,8 milhões, sendo R$ 2,5 milhões do governo paulista e o restante da União. Para obtenção da licença ambiental, foi necessário realizar o monitoramento dos ruídos, pois o aeroporto fica próximo a áreas residenciais. “A partir das proposições que serão apresentadas pela Isolpack, escolheremos a que melhor se adapta ao aeroporto de Jundiaí, que tem vocação para aviação executiva e está em expansão das atividades”, afirma José Mauro Garcia, superintendente do departamento aeroviário da Secretaria de Transportes de São Paulo.
Com 13 hangares em funcionamento e mais 14 em construção, o aeroporto deverá movimentar 2.500 operações/mês.
Isolamento acústico
Além de aeroportos, a implementação de barreiras físicas contra a poluição sonora tem grande potencial de aplicação no Brasil. Na avaliação de José Luiz Albertin, diretor da Riuma Engenharia, a tecnologia é inédita no País e, uma vez conhecida, pode servir para isolamento acústico em áreas urbanas. “Os painéis auxiliam no confinamento do ruído dentro de uma determinada área, com melhoria na qualidade de vida da população dos grandes centros urbanos”, explica Albertin.
No caso de Jundiaí, a execução do projeto será facilitada pelo fato de o aeroporto não estar localizada em área de grande adensamento populacional, como é o caso do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. As empresas preferem não divulgar os custos do projeto. “É prematuro falar sobre isso agora”, diz Filiberto Guala, diretor da Isolpack.
Uma vez escolhida a solução técnica que será adotada em Jundiaí, o passo seguinte será a licitação para escolha da empresa que fará a construção das barreiras.
A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) estuda a implantação de barreiras semelhantes nos aeroportos de Congonhas e Brasília. “Estamos otimistas quanto às perspectivas de aplicação no Brasil”, diz Guala.
(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 8)