A vez das pequenas e médias empresas na Bolsa
09/01/2009
No ano passado, o Brasil sentiu o potencial dos investimentos em Bolsa de valores, haja vista o número de IPOs (oferta de ações) de 2007, que superou o do ano anterior. Alguns analistas, porém, dizem que em 2008 pode não ocorrer o mesmo, por diversos motivos. Mesmo assim, há enorme potencial para se expandir no segmento do Bovespa Mais. Tanto que a primeira IPO deste ano foi de uma empresa listada nesta modalidade, informou o DCI.
Setores em crescimento no país, como o imobiliário, o agronegócio e o de tecnologia, podem beneficiar-se desse segmento do mercado de capitais. Empresas de pequeno e médio porte dessas áreas devem aproveitar e se capitalizar através da Bolsa. A competitividade em alta e o aquecimento da economia requerem estratégia desse tipo para a superação dos concorrentes.
A economia brasileira tem se comportado muito bem até agora, no que se refere ao cenário de dificuldades apresentado pelos problemas norte-americanos. Por isso, todos esses cuidados, por parte dos investidores, são compreensíveis, uma vez que o Brasil, apesar de ter avançado de modo significativo em todos os indicadores mundiais de risco, a verdade é que ainda não conquistou o selo de investment grade.
O Bovespa Mais, criado há dois anos, vem sendo chamado de mercado de balcão alternativo para atender às médias e pequenas empresas que querem abrir capital para captar recursos na Bolsa de Valores. As empresas no Brasil estão buscando capitalizar-se, para financiar novos projetos de expansão. O Bovespa Mais foi estabelecido nos moldes do AIM (Alternative Investment Market), mercado alternativo da Bolsa de Londres e do TSX Venture Exchange, da Bolsa de Toronto, no Canadá. O objetivo de ambos é acolher empresas essencialmente de pequeno e médio portes que tenham como estratégia acessar de maneira gradual e segura o mercado de capitais.
No Brasil, contudo, há incentivos importantes oferecidos às empresas para o ingresso no Bovespa Mais, como custos reduzidos para realizar a oferta e análises independentes custeadas pela própria Bolsa. Com relação à governança corporativa (práticas societárias rígidas de transparência financeira), as regras são as mesmas de qualquer organização que entre no mercado de ações. Para os acionistas, os lucros relevantes do investimento nas ações compradas desse segmento não costumam aparecer de um dia para outro, mas sim num período mais longo de aplicação no negócio.
No Brasil, apesar de a grande maioria das pequenas e médias serem empresas familiares, a cultura sobre uma gestão profissional está mais presente. Diante disso, as expectativas de especialistas sobre o Bovespa Mais são bastante positivas para 2008.
A estabilidade econômica brasileira vem favorecendo o mercado de capitais e atraindo a atenção do investidor externo. No que se refere a IPO, ainda há muito espaço e as expectativas são totalmente positivas. O amadurecimento do mercado de capitais é de fundamental importância para que o Brasil continue crescendo.
Fonte:
Exame