Vendas reais caem 3,31% em julho, aponta a CNI
09/01/2009
Brasília- As vendas reais da indústria de transformação caíram em julho deste ano, mas cresceu a utilização da capacidade de produção, de acordo com a pesquisa mensal sobre os indicadores industriais divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As vendas recuaram 3,31% em julho, em relação a junho. A seqüência de quatro meses, contudo, mostra crescimento médio de 2,65%. “Anualizado, corresponderia a um aumento de 37%”, disse o coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Na comparação com julho do ano passado, as vendas reais cresceram 19,45%. Em junho, esse número era de 27,8%. Cinco estados apresentaram aumento de vendas industriais. Destaque para Paraná, São Paulo e Bahia, com crescimento maior do que 20%.
A utilização da capacidade instalada da indústria de transformação chegou a 83% em julho, aumento de 0,5 ponto percentual em comparação com junho. É o maior índice da série histórica da pesquisa mensal. Para Castelo Branco, o número é relevante, pois a base de comparação está muito alta.
Segundo a pesquisa, historicamente, o uso da capacidade instalada cresce no terceiro trimestre do ano e deverá atingir o pico em outubro. Em termos dessazonalizados, o aproveitamento da capacidade produtiva foi de 82,8% em julho; 0,2% a mais que no mês anterior, que era recorde histórico. “Esses dados mostram que a trajetória da recuperação da atividade industrial leva ao maior aproveitamento do parque fabril.”
Castelo Branco afirmou que os dados coletados apontam para um processo de expansão da atividade econômica. “Não é simplesmente um processo de recuperação.” O ritmo de crescimento da indústria no primeiro semestre deste ano se compara apenas, segundo ele, com os primeiros seis meses de 1994, logo após o lançamento do Plano Real.
Aumenta o nível de emprego
O número de pessoas empregadas aumentou 0,98% em julho. Pelo segundo mês consecutivo há uma quebra de recorde: é o melhor índice desde 1995. Com o efeito sazonal, esse o percentual cai para 0,89%. No ano, houve um crescimento de 4,11%. Isso significa uma taxa anualizada de 7%. “Não há paralelo no passado recente de tamanho vigor do mercado de trabalho”, conforme o relatório da CNI. “As taxas de crescimento de emprego superam inclusive as do primeiro ano do Plano Real, período de franco dinamismo da atividade econômica.”
No entanto, a massa salarial se manteve praticamente estável: 0,09% de queda, em termos dessazonalizados. Foi interrompida uma trajetória de cinco meses de alta. Nos últimos doze meses, houve um aumento de 6,29% dos salários dos trabalhadores. Houve ainda elevação de 2,91% de horas trabalhadas. Essa diferença foi provocada pelo fato de julho deste ano ter dois dias úteis a mais que o do ano passado.
Gazeta Mercantil
(Gabriela Valente/InvestNews)
10/9/2004