Unicredit compra Capitalia e cria maior banco da zona euro

09/01/2009

Por Etienne Fontaine MILÃO (Itália), 20 mai (AFP) – O maior banco italiano, o Unicredit, e o Capitalia anunciaram no domingo sua aproximação para formar um novo gigante bancário italiano, que será o maior da zona euro em um cenário bancário europeu em plena recomposição.

Os conselhos de administração dos dois grupos deram sinal verde a uma operação que deverá ser aprovada pelos acionistas até o final de julho/início de agosto, para ser efetivada no início do quarto trimestre de 2007, segundo um comunicado comum.

A compra do banco Capitalia pelo Unicredit cristaliza uma tendência de fortalecimento do sistema financeiro da Itália. Nos últimos meses, aconteceu uma série de fusões e aquisições entre bancos daquele país, tornando cada vez menos provável o que, há um ano, parecia ser o destino dessas empresas: serem engolidas por concorrentes estrangeiros.
O Unicredit, maior grupo bancário italiano, absorverá seu concorrente Capitalia por troca de títulos, com 1,12 título Unicredit para cada ação Capitalia.

O grupo é o segundo europeu e sexto mundial com quase € 100 bilhões de capitalização na bolsa. Com o Unicredit, já solidamente implantado no Leste Europeu, ele obterá mais de 50% de suas receitas fora da Itália.

“Temos, a partir de agora, dois grandes bancos europeus e espero que possam apoiar as empresas italianas no mundo inteiro. Trata-se de um reforço positivo para o país”, saudou na sexta-feira o chefe de governo italiano, Romano Prodi, antecipando-se ao anúncio de fusão.

Esta operação permitirá ao Unicredit acrescentar 2.000 agências à sua rede italiana de bancos, que já conta com 5.450, superando assim seu rival, Intesa Sanpaolo.

A fusão marca a conclusão das consolidações do setor bancário na Itália. O banco Monte dei Paschi di Siena (BMPS), também da cidade de Siena, é a única grande instituição que está fora destas consolidações.

Vários bancos cooperativos também protagonizaram manobras de aproximação nestes últimos meses, enquanto outros foram absorvidos por grupos estrangeiros, como o Banca Nazionale del Lavoro (BNL) pelo francês BNP Paribas.

A concentração no setor bancário italiano se acelerou no final de 2005 com a chegada de um novo presidente para o Banco da Itália, Mario Draghi, favorável a este processo e aberto à entrada de instituições estrangeiras, cujo primeiro caso foi protagonizado pelo holandês ABN Amro, que comprou o banco regional Banca Antonveneta.

O novo grupo Unicredit-Capitalia, que manterá o nome do Unicredit, será controlado pelos dirigentes deste último, com Alessandro Profumo como diretor-executivo e Dieter Rampl como presidente.

Apenas Cesare Geronzi, presidente do Capitalia, terá um lugar no novo organograma, como vice-presidente. O número dois do Capitalia, Matteo Arpe, foi demitido.

Graças a esta operação, Profumo, que já impulsionou uma das primeiras fusões entre instituições de países diferentes em 2005 com a compra do alemão HVB, anuncia o espetacular avanço de Unicredit no cenário europeu.

No final de abril, este empresário revelou estar em contato com o Société Générale com o objetivo de promover uma eventual aproximação considerada “inteligente” por Daniel Bouton, diretor do banco francês.

Fonte:
AFP