UE, França e Itália podem ser observadores de cúpulas ibero-americanas
10/12/2008
Bruxelas, 9 dez (EFE).- O secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, confirmou hoje a possibilidade de que União Européia (UE), França e Itália sejam os primeiros observadores da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) e das cúpulas que organiza.
Segundo indicou, na última cúpula que realizaram os chefes de Estado ibero-americanos em outubro, em San Salvador, se "abriram a portas aos países e organismos observadores".
Assim indicou Iglesias em Bruxelas, após se reunir nesta semana com o chefe da diplomacia européia, Javier Solana; os comissários europeus de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, e de Assuntos Econômicos e Monetários, Joaquín Almunia, e com diferentes eurodeputados.
O secretário destacou que a Segib já mantém "relações muito estreitas" com a União Européia e que espera que se transforme em "um dos primeiros" observadores que se incorpore, a fim de "legitimar as relações" que já têm.
Além disso, afirmou que a Secretaria-Geral recebeu "indicações de alguns países que já se aproximaram para, de alguma maneira, se associar às cúpulas ibero-americanas".
Concretamente, falou na França e na Itália, e assinalou que sua associação como observadores, tanto na Segib como nas cúpulas ibero-americanas, "seria um grande honra e um fator de apoio muito importante".
A cúpula de San Salvador aprovou um consenso sobre modalidades de participação que criou as categorias de observadores associados e observadores consultivos da Conferência Ibero-Americana.
A primeira figura refere-se aos países que compartilhem afinidades lingüísticas e culturais com os ibero-americanos e, a segunda, àqueles que possam contribuir com fortalecimento, promoção e projeção do espaço ibero-americano.
Os Estados que desejem se transformar em observadores devem apresentar uma solicitação que posteriormente deverá ser aprovada pelos membros por unanimidade.
Quanto à situação da América Latina diante da crise, Iglesias ressaltou que, embora a região não vá entrar em recessão, os analistas prevêem uma queda de seu crescimento de 5% do PIB para 2,5%, aumento do desemprego e queda das moedas nacionais.
Além disso, assinalou que o mau andamento das economias de parceiros importantes para a América Latina, como os Estados Unidos e a UE, vai acarretar uma redução de 10% das remessas que enviam os emigrantes, assim como um corte dos investimentos e do turismo.
Sobre as medidas para combater a crise que propuseram Estados Unidos e a UE, Iglesias afirmou que, em ambos os casos, eles atuam "de forma muito dinâmica" e que "talvez" não tenha havido na história "uma reação tão rápida".
Fonte:
EFE