Três terremotos atingem região central da Itália
27/10/2016
Magnitudes foram de 5,5, 6,0 e 4,9; intervalo foi de cerca de 4 horas.
Tremor foi sentido em prédios centenários de Roma, segundo Reuters.
Três terremotos, um de magnitude 5,5, outro de 6,0, e um de 4,9, atingiram nesta quarta-feira (26) a região central da Itália com cerca de quatro horas de intervalo, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Houve desabamentos e danos na região, mas ainda não está clara a extensão dos estragos.
A zona afetada fica em uma região montanhosa, com vários pequenos povoados de difícil acesso, onde é impossível circular pelas estradas devido ao desprendimento de pedras, segundo imagens da televisão. As localidades mais próximas ao epicentro são Castelsantangelo sul Nera, Visso, Ussita e Preci, detalhou a Proteção Civil em um comunicado.
Os terremotos fizeram ruir estruturas antigas, incluindo várias igrejas rurais históricas que estavam vazias no momento em que foram atingidas. Mais de três horas depois do primeiro terremoto, Fabrizio Curcio, chefe da Defesa Civil, disse à agência France Presse que uma pessoa ficou levemente ferida em Visso.
Segundo Curcio, os socorristas tiveram que assistir várias pessoas por mal-estar e pânico, já que muitos são sobreviventes do devastador terremoto de 24 de agosto em Amatrice, que causou a morte de cerca de 300 pessoas.
"Estão arrasados. Estamos nos concentrando nas pessoas, porque é uma população que está revivendo a mesma coisa que ocorreu há dois meses com o terremoto de agosto", disse.
Moradores caminham entre escombros na vila de Visso, na Itália, após terremoto atingir o local na quarta (26 (Foto: Matteo Crocchioni/ANSA via AP)
"É muito difícil fazer um balanço da situação devido à escuridão, além disso a região está afetada pelo mau tempo. Precisamos esperar a luz do dia", acrescentou.
Abalos na capital
O primeiro terremoto, de magnitude 5,5, teve epicentro registrado a 7 quilômetros ao sudoeste de Visso e a 10 km de profundidade. O terremoto aconteceu por volta das 19h10 (15h10 em Brasília).
O segundo tremor, de 6,0, foi registrado às 21h18 (17h18, pelo horário de Brasília) 3 km ao nordeste de Visso.
Os dois tremores foram sentidos em Roma, e diversos prédios centenários foram abalados. Janelas e portas de vários edifícios foram golpeadas pelo terremoto, fazendo com que muitas pessoas abandonassem seus escritórios e domicílios. Concretos caíram de alguns prédios da capital italiana, que fica a 175 km de Visso.
Os abalos fizeram com que moradores corressem para as ruas e foram fortes o suficiente para serem sentidos na região de Nápoles, ao sul, a mais de 250 km.
O último e mais fraco abalo ocorreu pouco depois das 23h, 4 km a oeste de Visso. Com magnitude 4,9, ele provocou menos pânico que os anteriores. Assim como os outros dois, ele foi registrado a 10 km de profundidade.
Bombeiros e funcionários de emergência são vistos próximos a escombros na vila de Visso, na Itália, após terremoto atingir o local na quarta (26) (Foto: Matteo Crocchioni/ANSA via AP)
Visso fica a cerca de 80 km de Amatrice, onde um terremoto de magnitude 6,2 deixou mais de 250 mortos em 24 de agosto.
Todas as indicações eram que os danos dos terremotos desta quarta não seriam próximos dos causados pelo grande tremor de agosto.
'Tivemos que sair correndo'
O brasileiro Ubiratan Farias, que está na cidade de Téramo, a cerca de 60 km do epicentro dos tremores, disse que ele e o grupo com que estava foram obrigados a sair correndo de um restaurante. "Estava num restaurante muito antigo que começou a estralar, e mandaram todo mundo sair correndo", contou ao G1, no caminho para a casa de um amigo que o hospeda.
O brasileiro disse que há muita gente abrigada em carros, pois pode haver novos tremores. Quem fica em casa, explicou, põe um copo de água sobre uma mesa para poder ver se a superfície começa a se mexer.
Estragos
Segundo a rede de televisão RAI News, a conexão elétrica nas zonas afetadas foi interrompida e várias pessoas saíram às ruas em Pescara, Ancona, Arezzo, onde se espalhou o pânico.
O prefeito da cidade de Ussita, Giuliano Rinaldi, disse que muitas casas desabaram e que a cidade ficou destruída. Ussita fica a 5,5 km de Visso.
Vídeos amadores veiculados pela TV mostraram nuvens de poeira subindo quando partes de construções ruíram em algumas cidades, incluindo Camerino, na região de Marche, onde uma torre do sino caiu sobre um prédio.
Rochas enormes, algumas com o tamanho de carros, caíram na principal rodovia norte-sul do vale do rio Nera, que conecta comunidades nas montanhas.
A histórica igreja rural de San Salvatore, do século 15, em Campo, na região da Umbria, que havia sido debilitada pelo tremor de agosto, ruiu.
Faltou luz em algumas áreas, e algumas rodovias foram fechadas.
Mauro Falucci, prefeito de Castelsantangelo sul Nera, afirmou que não havia eletricidade e que as pessoas na cidade de cerca 300 moradores haviam se reunido na praça.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, cancelou compromissos para acompanhar os desdobramentos.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/terremoto-de-magnitude-56-atinge-italia.html