Taxa de câmbio ditará comércio de etanol brasileiro, diz Cargill

06/02/2012

A taxa de câmbio do Brasil em relação ao dólar será um importante direcionador das vendas do etanol brasileiro, afirmou neste domingo Paul Conway, vice-presidente da Cargill. "Muito disso (competitividade) está atrelado à taxa de câmbio", afirmou Conway durante uma sessão de perguntas e respostas na conferência de açúcar Kingsman Dubai, que vai até o dia 7 de fevereiro.O Brasil, maior produtor mundial de açúcar, tem uma indústria de etanol bem desenvolvida e usa cana de açúcar como matéria-prima. O etanol americano geralmente usa milho. "Com uma taxa de câmbio que varia de R$ 1,65 a R$ 1,90 por dólar, o etanol americano é importado para o Brasil", disse Conway. "Se o real for a R$ 2,20 em relação ao dólar, seria uma história diferente", acrescentou, sugerindo que o Brasil exportaria mais etanol com essa taxa de câmbio.

Excedente em queda
O gerente geral da Cargill para o açúcar branco, Bas van Goor, afirmou neste domingo que o excedente mundial de açúcar deve diminuir no biênio 2012/2013. "É o cenário mais provável", afirmou ele durante a conferência Kingsman Dubai, embora não tenha dado números.

O excedente mundial de açúcar deve cair a mais da metade durante a próxima temporada, e os preços tendem a ceder no fim do ano, de acordo com pesquisa da Reuters feita com 17 analistas e emitida em 23 de janeiro. De acordo com a mediana de previsões da pesquisa, o excedente ficará em 7,97 milhões de t em 2011/2012, mas cairá para 3,2 milhões na temporada seguinte.A questão primordial para o comércio mundial de açúcar em 2012 será se a produção de cana no Brasil conseguirá se recuperar, além de quando e quanto da cana brasileira será destinada à produção de etanol, em vez de açúcar. Também deverá influenciar o perfil de exportações da segunda maior produtora do mundo, a Índia.
 
Fonte:
Reuters
Terra