Software nacional supera múltis no mercado interno
09/01/2009
São Paulo, 5 de Outubro de 2004 – A diferença do Brasil é a energia das marcas locais.
O mercado brasileiro de softwares de gestão empresarial (ERP) e de inteligência de negócios, diferentemente do que acontece em outros países em desenvolvimento, abriga fornecedores locais capazes de competir com as principais multinacionais do setor. É um traço distintivo do mercado brasileiro.
A disputa entre marcas locais e internacionais mostra-se intensa no Brasil, com vantagens para as primeiras no segmento das médias empresas, identificado como de grande potencial no negócio de Tecnologia da Informação.
Internamente e até em outros países da América Latina, empresas nacionais disputam – e, muitas vezes, ganham – contratos contra gigantes como SAP, Oracle e PeopleSoft. “Dos países em desenvolvimento, o Brasil é o que fez frente a essas empresas internacionais. Na Argentina e México, elas não contam com tantos concorrentes locais. E a Índia não tem um mercado interno forte”, disse Álvaro Junckes, diretor da Logocenter, uma das quatro maiores fornecedoras brasileiras de ERP.
No ano passado, o mercado brasileiro de softwares de negócios movimentou US$ 175 milhões. A alemã SAP manteve-se na liderança, com uma fatia de 36,3% em 2003, uma pequena queda de 1,4 ponto percentual em relação a 2002. As principais fornecedoras locais concentravam, juntas, 37,9% no ano passado, segundo dados da IDC Brasil. “O mercado brasileiro, por si só, garantiu o crescimento das empresas nacionais nos últimos anos”, disse o presidente da Microsiga, Laércio Cosentino.
Entre 2002 e o ano passado, a catarinense Datasul, segunda colocada no ranking, ampliou sua participação de 9,8% para 11,5%. Na terceira posição, a paulista Microsiga é outra empresa local que conseguiu uma maior fatia do mercado, que passou de 9,7% para 11,1% e segue crescendo. A mineira RM Sistemas, tem 9,8% de market share. Essas três fornecedoras estão na frente de gigantes como PeopleSoft, Oracle e SSA. Para 2004, a expectativa das brasileiras é de crescimento de 20% a 30%.
Gazeta Mercantil
5/10/2004
Ana Carolina Saito