Segundo turno deixa a vitória mais próxima de Alckmin, diz Romano
09/01/2009
Para professor de política da Unicamp, tucano deve reforçar ataques com base nos recentes escândalos envolvendo PT
Os votos perdidos por Lula na reta final da eleição presidencial podem custar caro ao Partido dos Trabalhadores (PT). Para Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp, o cenário em que se dará a campanha do segundo turno inverte as forças dos candidatos e torna Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), aquele que mais tem chances de levar o próximo mandato presidencial.
“A vitória está mais próxima de Alckmin”, diz o professor. Romano acredita que o PT errou ao apostar que os recentes escândalos envolvendo o partido não teriam força para atingir Lula a tempo das eleições. “Política é jogo, e como jogo, você precisa saber dominar o momento. A propagação da onda dos escândalos foi mais lenta do que o esperado, mas chegou a tempo da eleição”, afirma Romano.
Outro pecado foi acreditar que as classes C e D e a região Nordeste seriam suficientes para reeleger Lula. O presidente realmente teve votação expressiva entre os nordestinos no primeiro turno, batendo o tucano Alckmin por 66,78% dos votos contra 26,15%, mas ainda possui pouca força nas principais capitais da região, afirma Romano.
Campanha
Agora, segundo o professor, os petistas terão de se escorar no carisma do presidente para não perder a reeleição, vista como já assegurada no início da campanha. “Me parece que a orientação será a de mostrar como o Lula fez bem aos pobres e como é perseguido pela imprensa e pelas elites. Nós teremos uma campanha perigosamente ideológica, no pior sentido, o de exaltar uma liderança populista”, diz Romano.
No entanto, para o professor, somente o apelo pessoal do presidente não é capaz de deter, sozinho, o vasto material de contrapropaganda – baseado nos recentes escândalos – com que o PSDB se armará para a próxima votação. Principalmente se Alckmin reconhecer que precisa ser mais direto em suas propostas e didático para conquistar as massas. “A vantagem está toda com a oposição”, declara Romano.
Fonte:
Exame
Larissa Santana