Sebrae estima em 8,8 mi número de micro e pequenas empresas em 2015

01/10/2008

Agência Brasil

 

SÃO PAULO – Até 2015, Brasil deve ter 8,8 milhões de empresas de pequeno e médio portes para uma população estimada em 210 milhões de pessoas, segundo o estudo Cenários para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado de São Paulo (2009-2015), realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas regional (Sebrae-SP). Para 2009, a estimativa é de 5 milhões de empresas.

De acordo com o estudo, em 2015 poderá haver uma empresa para cada 24 pessoas. O Sebrae informou que para esse estudo foi realizado um mapeamento sobre as principais tendências econômicas nacionais e mundiais. Para se ter uma idéia da evolução, o documento cita que em 2000, havia 42 empresas para cada habitante.

Em 2015, a projeção indica que o Brasil estará se aproximando dos índices europeus, que em 2000 apresentavam as seguintes taxas: Alemanha (23), França (24), Reino Unido (23) e Itália (14). Pelas projeções, mais da metade das novas empresas (4,8 milhões) estarão desenvolvendo atividades no setor do comércio (55%), seguidas por serviços (34%) e indústria (11%). No comércio, deverão ser ampliados os segmentos de materiais e equipamentos para escritório e informática (12,5% de alta ao ano); autopeças (7,7%); e quitandas, avícolas e sacolões ( 7,1%).

O economista do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves, destacou que esse crescimento esperado está associados a dois fatores fundamentais: crescimento moderado da economia e maior acesso da população ao consumo. Com a melhoria da renda da população, há maior procura por habitação, vestuário, serviços e outros bens de consumo, o que, leva a estimular novos negócios, disse o economista.

Quanto aos riscos de se abrir uma empresa, ele informou que as chances de uma mortalidade infantil, ou seja de a empresa vir a fechar as portas no primeiro ano de funcionamento são de 29%, mas dado ao grande número de informações, avanço da tecnologia com acesso a Internet, elevação do grau de escolaridade e serviços de apoio como o do Sebrae e mesmo o desenvolvimento econômico, os empreendedores estão melhor preparados hoje do que no passado.

Com a inflação sob controle e crescimento moderado do mercado está mais fácil fazer planejamentos. Além disso, temos mais infra-estrutura, maior difusão de informações, levando a mais ações empreendedoras, afirma Gonçalves. Ele acrescenta que, outros elementos como a criação do Supersimples, e estímulos fiscais, essas ações levam a uma queda na taxa da mortalidade da empresa.

Segundo Gonçalves, em 2004, 28% dos novos empreendimentos eram no setor de serviços e há uma tendência para que este segmento cresça ainda mais, devendo atingir 34%, em 2015. Quanto aos eventuais efeitos que poderiam afetar o setor ou alterar tais projeções, após a ocorrência, nos últimos dias, da crise financeira norte-americana, o economista lembrou que já havia, anteriormente a essa turbulência, previsão de desaceleração da economia mundial e com velocidade um pouco maior na demanda dos Estados Unidos.

Ele citou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) segundo os quais o cenário para os próximos anos era de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) em nível mundial em torno de 3,7% a 3,8%, enquanto a economia norte-americana estaria oscilando entre 0,6% e 1%. De acordo com Pedro Gonçalves, caiu um pouco a variação projetada para algo em torno de 3,5% a 3,6%, depois das primeiras ondas de dificuldades de crédito nas instituições financeiras dos Estados Unidos, resultante da crise cujo tamanho ainda não dá para estimar.

Essa revisão ligeiramente para baixo leva em consideração, conforme salientou o economista, que as medidas de ajuda financeira propostas pelo governo do presidente George W. Bush sejam aprovadas pelo Senado daquele país. Não há um cenário para uma situação de desequilíbrio, acentua ele, certo de um acordo favorável contra o risco sistêmico em que uma quebradeira do setor viesse a se espalhar pelas instituições do mundo todo.

A situação do Brasil, compara ele, é um pouco mais confortávelpelos fatores atenuantes de termos reservas expressivas, com os bancos relativamente capitalizados.Caso viesse a ocorrer um problema de liquidez em nível mundial, ele avalia que o impacto no Brasil não seria tão forte como em outros países.

 

Fonte:
Agência Brasil