Queda na indústria não muda trajetória de expansão, diz IBGE

06/01/2010

RIO – A queda de 0,2% na produção industrial em novembro ante outubro mostra "uma acomodação em função de crescimentos anteriores e não altera a trajetória de crescimento do setor industrial", segundo observou o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Segundo ele, "esse dado precisa ser relativizado, já que há uma sucessão de crescimentos anteriores e, além disso, o índice de média móvel trimestral mostra uma diminuição da velocidade de expansão, mas mostra também que a trajetória de recuperação não foi alterada".

O recuo na produção industrial ante outubro ocorreu após dez meses consecutivos de crescimento ante o mês anterior. O índice de média móvel trimestral passou de um aumento de 1,8% no trimestre encerrado em outubro ante o terminado em setembro para uma alta de 1,2% no trimestre encerrado em novembro ante o terminado em outubro.

De acordo com Macedo, a queda de 4,8% na produção de bens de consumo duráveis em novembro ante outubro, que puxou o recuo na produção industrial no período, também pode ser avaliada como uma acomodação. "É preciso esperar novas informações para checar como se comporta essa categoria, mas indicadores de tendência, como o índice de média móvel, mostram que a trajetória de crescimento não foi alterada", disse. O índice de média móvel trimestral dos bens de consumo duráveis mostrou alta de 0,1% no trimestre encerrado em novembro ante o terminado em outubro.

Crescimento mais abrangente

O índice de difusão da produção industrial mostrou, em novembro de 2009, maior espalhamento dos resultados positivos na indústria comparativamente a igual mês do ano anterior, segundo observou Macedo. Em novembro, do total de produtos industriais investigados pelo instituto, 55,5% mostraram aumento na produção ante igual mês de 2008. De acordo com Macedo, esse é o maior porcentual de produtos em crescimento apurado desde setembro de 2008 (65%), quando a indústria brasileira apresentava patamar recorde de produção.

Além disso, segundo ele, o porcentual de produtos com queda superior a 10% na produção, que chegava a 54,4% em dezembro de 2008, recuou para 28,1% em novembro de 2009, o melhor resultado apurado desde o início dos efeitos da crise, em outubro de 2008.

Fonte:
Estadão.com.br