Queda da Bolsa encosta em 5% com piora do cenário externo; dólar sobe

09/01/2009

O alívio verificado nos mercados de ações na terça-feira (22) parece ter durado pouco. Nesta quarta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em expressiva queda, acompanhando o pessimismo no cenário internacional.

Por volta das 15h55, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, recuava 4,95%, para 53.317 pontos (acompanhe gráfico da Bolsa com atualização constante).

Na última sessão, a Bolsa fechou em alta de 4,45%, repercutindo a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de reduzir sua taxa básica de juros de 4,25% ao ano para 3,5%. Na segunda-feira (21), no entanto, o Ibovespa amargou queda de 6,6%.

O dólar comercial, por sua vez, trilhava caminho oposto. Também às 15h40, a moeda norte-americana se valorizava em 1,73% e era vendida a R$ 1,824 (veja gráfico da cotação do dólar com atualização constante).

Mercados internacionais
O clima nos mercados voltou a ficar tenso nesta quarta. Nos Estados Unidos, as ações dão prosseguimento à queda iniciada no pregão anterior, quando o Dow Jones, indicador de referência do mercado nova-iorquino, caiu 1,06% e o Nasdaq cedeu 2,04%.

As Bolsas da Europa fecharam em queda acentuada, em parte devido a declarações do presidente do Banco Central Europeu, de que a prioridade da instituição é combater a inflação. As palavras foram interpretadas como um sinal de que os juros na região não devem cair.

Na Ásia, onde os mercados fecharam seus negócios antes das declarações do presidente do BCE, as principais Bolsas da região se recuperaram e fecharam em alta, repercutindo os efeitos da redução da taxa de juros nos EUA

Mercado digere Fed
Para uma parte dos economistas, a ação extraordinária do Federal Reserve de cortar o juro norte-americano alivia parte das pressões sobre o BC brasileiro. Outros especialistas vêem na decisão do Fed um sinal de que a situação nos Estados Unidos é grave.

“A reação inicial do mercado (ao Fed) foi a alta das Bolsas, a redução dos prêmios de risco e a queda do dólar. No entanto, essa reação pode ter sido apenas instintiva e pouco duradoura”, avaliou em relatório o Departamento de Economia do Santander.

“O mercado terá de contrabalançar a novidade de que o Fed está disposto a agir agressivamente para dar sustentação à confiança –e aos mercados– com a novidade claramente negativa de que a conjuntura parece bem pior do que se pensava.”

Fonte:
Uol Economia
(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)