PT e PSDB saem como os dois grandes partidos
09/01/2009
São Paulo, 4 de Outubro de 2004 – Maia, Pimentel, João Paulo são os campeões de voto. O PT e o PSDB confirmaram nas urnas ontem a expectativa das últimas semanas, que indicava o domínio das duas legendas no primeiro turno do pleito municipal. Há uma vantagem considerável para os petistas, que venceram na primeira fase em Belo Horizonte, com a reeleição de Fernando Pimentel. E também em Recife, Aracaju e Palmas, além de Guarulhos, o segunda maior colégio eleitoral paulista. “O PT sai bem na frente”, diz a professora Maria do Socorro Souza Braga, do departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP).
Mas os tucanos venceram em Teresina e têm reais chances de ganhar no segundo turno em São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Cuiabá, Fortaleza e em São José dos Campos, um dos mais importantes e industrializados municípios do interior de São Paulo.Ainda no campo da oposição, o PFL ganhou no primeiro turno com prefeito César Maia, no Rio de Janeiro.
Analistas e políticos consideram que os dois partidos também já começaram o jogo de 2006, quando serão renovadas as cadeiras do Congresso Nacional, governadores e presidente da República. Na interpretação do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tucanos e petistas dominarão o cenário eleitoral depois desta eleição. “O sistema partidário está se concentrando nestas duas legendas”, concorda Maria do Socorro.
Há também o sentimento no meio político de que uma vitória do tucano José Serra contra a petista Marta Suplicy é fundamental para o PSDB no caso de o partido pretender disputar a presidência da República. “O ganho para o PSDB seria básico”, afirma a professora da USP.
Esta visão é realçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele diz que a vitória de Serra quebraria a hegemonia do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Essa eleição é muito mais importante por abrir opções que podem definir quem vai ganhar mais adiante”, entende FHC.
Por tudo isso, a disputa pela capital, que tem orçamento anual de R$ 15 bilhões e mais de 10 milhões de habitantes, promete ser ainda mais acirrada até o dia 31 de outubro.
Gazeta Mercantil
4/10/2004