Produtividade registra uma forte desaceleração
09/01/2009
A produtividade total da economia brasileira cresceu 3,54% em 2004, o maior ganho em dez anos. Esse resultado, contudo, embute forte desaceleração do indicador ao longo do ano.
Estudo da MCM Consultores Associados indica que depois de mostrar expansão anualizada de 5,6% no primeiro trimestre do ano passado, a produtividade perdeu força nos trimestres seguintes, encerrando 2004 com uma queda de 0,1% entre outubro e dezembro. Para o economista-chefe da MCM, Celso Toledo, a trajetória do indicador em 2004 é um alerta importante. Seu temor é que o recuo no quarto trimestre seja o sinal de um ciclo futuro de menos investimentos. “A produtividade antecede o investimento”, argumenta. “E é a única coisa que sustenta o crescimento de longo prazo”, acrescenta.
Toledo calculou a produtividade total dos fatores na economia com base nos dados do PIB divulgados pelo IBGE, mas fez estimativas para estoque de capital e evolução da população.
De 1980 a 2003, o crescimento médio da produtividade foi zero, lembra o economista. A partir do fim de 2003, o indicador mostrou uma evolução, que ele atribui a uma combinação de fatores, entre eles os ganhos de eficiência das empresas exportadoras devido ao ajuste do câmbio nos últimos anos.
Ontem, o IBGE divulgou o PIB de 2004 em valores, que somou R$ 1,769 trilhão. A taxa de investimento alcançou 19,6% do PIB, o melhor resultado desde 1998, enquanto a taxa de poupança chegou a 23,2%, a maior desde 1991. A decomposição do PIB mostra que o consumo das famílias continua perdendo espaço e recuou para 55,3% do total, apesar do aumento real de 3,7% na renda per capita do brasileiro, que ficou em R$ 9.743 no ano passado.
Valor Economico
01/04/2005
Sergio Lamucci, Denise Neumann e Chico Santos