Produção industrial tem queda inesperada de 0,7% em novembro, mostra IBGE
08/01/2015
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A produção industrial brasileira recuou 0,7 por cento em novembro sobre o mês anterior, num resultado inesperado que mostrou desempenho pífio em todas as categorias e destaca a fraqueza da economia no último trimestre do ano.
Na comparação com um ano antes, a produção despencou 5,8por cento em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, nono resultado negativo seguido e queda mais forte desde junho –quando ela foi de 6,9 por cento.
Com isso, o setor acumula em 12 meses recuo de 3,2 por cento, o mais acentuado desde janeiro de 2010 (-4,8 por cento).
A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de que a produção industrial crescesse 0,5 por cento em novembro sobre outubro, quando a atividade teve alta de 0,1 por cento em dado revisado pelo IBGE. Na comparação anual a expectativa era de queda de 4 por cento.
Segundo o IBGE, a produção de Bens de Consumo Duráveis recuou 2,1 por cento em novembro sobre o mês anterior, chegando a uma queda de 11 por cento na comparação com um ano antes.
Já os Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis tiveram perda de 1,3 por cento sobre outubro, com queda de 3,1 por cento na base anual.
Somente a produção Bens Intermediários não teve queda no mês, mas ficou estagnada. Na comparação anual, porém, registrou queda de 5,8 por cento.
Dos 24 ramos pesquisados, 11 mostraram queda em novembro sobre outubro, sendo o principal impacto negativo registrado por produtos alimentícios, com recuo de 3,4 por cento.
A indústria tem se mostrado um dos principais pontos de fraqueza da economia brasileira, que não vem conseguindo deslanchar em um ambiente de inflação e juros elevados, encarecendo o custo dos empréstimos.
A projeção de economistas em pesquisa Focus do Banco Central é de que a produção da indústria encerrou 2014 com contração de 2,49 por cento e crescerá apenas 1,04 por cento em 2015. Para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), as perspectivas são de, respectivamente, de 0,15 e 0,50 por cento.
Buscando recuperar a confiança de agentes econômicos e empresários, a nova equipe econômica –encabeçada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini– vem sinalizando maior rigor fiscal.
Fonte:
reuters
(Reportagem de Walter Brandimarte e Pedro Fonseca)