Produção industrial desacelera na zona do euro
09/01/2009
A produção industrial dos doze países que utilizam o euro como moeda registrou desaceleração em agosto, após os preços do petróleo terem alcançado seu recorde e o ritmo de crescimento da economia mundial ter-se reduzido.
Um índice baseado em pesquisa que ouviu aproximadamente 3.000 gerentes de compras, realizada pela NTC Research para o Reuters Group, caiu para 53,9, seu nível mais baixo desde março passado. Em julho, o índice ficou em 54,7. Economistas haviam previsto uma queda para 54,4, de acordo com a mediana de 37 estimativas colhidas em uma pesquisa da Bloomberg. Um resultado acima de 50 indica expansão.
“O índice confirma que a zona do euro perderá parte de seu impulso de crescimento no segundo semestre”, disse Lothar Hessler, vice-diretor de pesquisa da HSBC Trinkhaus & Burkhardt de Düsseldorf, na Alemanha. “A produção industrial já alcançou seu pico e provavelmente veremos mais uma fase de estagnação nos próximos meses”.
Os preços do petróleo, que subiram mais de um terço este ano, e as taxas de crescimento menores nos EUA e no Japão limitaram a recuperação da UE, que teve de contar com as exportações para tentar sair de seu menor ritmo de expansão da última década. Na Alemanha, o nível de confiança do setor empresarial caiu pelo terceiro mês consecutivo em agosto. Os preços do petróleo bruto já caíram cerca de 15% desde 20 de agosto passado, quando atingiram os US$ 49,40 o barril em Nova York. Em seu relatório mensal publicado em 12 de agosto, o Banco Central Europeu disse que o aumento dos preços do petróleo pode “frustrar a dinâmica do crescimento”. A desaceleração da atividade industrial foi puxada pelos setores de produção e de novas encomendas. Um subíndice que mede a produção também registrou retração, passando de 57,1 a 55,7. Ainda de acordo com esse índice, as encomendas caíram de 56,1 para 55,5, segundo o relatório.
“Não notamos nenhum impulso significativo por parte dos gastos dos consumidores da Europa Ocidental e não prevemos aumento para o resto do ano”, disse Wilhelm Hoermanseder, da Mayr-Melnhof Karton, de Viena.
Gazeta Mercantil
fonte:Bloomberg News
2/9/2004