Presidente do BID: América Latina vive melhor ciclo em 30 anos
09/01/2009
Paris, 9 fev (EFE).- A América Latina vive seu melhor ciclo econômico em 30 anos, afirmou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, em entrevista publicada no jornal “Le Monde”.
Moreno disse, no entanto, que o crescimento experimentado pelas economias emergentes da Ásia é duas vezes superior.
Para explicar esse desnível, Moreno apontou a hipótese de que na América Latina, “o clima para os negócios não é tão favorável (como na Ásia), as reformas micro-econômicas custam a ser colocadas em andamento, a reforma do Estado está por ser feita, o compromisso do capital humano ainda é insuficiente e os investimentos não estão à altura das necessidades”.
Moreno citou que a América Latina registra um déficit em infra-estrutura, que são uma prioridade para o BID, “que estimamos em US$ 80 bilhões por ano”.
Pelo lado positivo, o presidente do BID destacou que, “desde 2003, o crescimento médio anual da região alcançou 4,9%, com inflação de apenas 5,5% em 2005”.
Ele acrescentou que “o investimento representou um aumento próximo a 20% do PIB (Produto Interno Bruto) regional, enquanto o endividamento caiu para 53% do PIB em 2005, contra 72% em 2002. O déficit orçamentário passou, no mesmo período, de 3,3% para 1,7%”.
Moreno destacou o papel dos programas sociais, “melhor concebidos e mais eficazes”, para explicar, em parte, a melhoria experimentada na América Latina pelas classes médias, que foram as que mais sofreram com a recessão registrada no período anterior.
“Mais de 50 milhões de latino-americanos pobres se beneficiam hoje desses programas em 10 países que distribuem auxílios às famílias para que possam alfabetizar seus filhos e satisfazer suas necessidades essenciais em matéria de nutrição e saúde”, disse.
Moreno disse ainda que o BID acredita que a forma como as “remessas” de dinheiro (US$ 55 bilhões) que os emigrantes latino-americanos enviam às suas famílias podem contribuir para o desenvolvimento da região, junto com o micro-crédito e as micro-empresas.
Fonte:
Uol Economia
EFE