Preço do gás boliviano dobra e já aumenta nas bombas

09/01/2009

A nova lei de hidrocarbonetos boliviana, aprovada no ano passado e ratificada pelo recém-eleito presidente Evo Morales, vai praticamente dobrar os gastos da Petrobras com a importação de gás natural daquele país – sobretudo no que se refere à cobrança de royalties e outras taxas pela Bolívia, que deve aumentar cerca de 900%.

Segundo o diretor de Energia e Gás da Petrobras, Ildo Sauer, a estatal vai gastar algo entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,5 bilhão com a compra do combustível boliviano em 2006 – aproximadamente 114% mais que os US$ 700 milhões de 2005. Enquanto isso, o preço do gás natural veicular (GNV) já registra um aumento de 3,5% na capital paulista, de acordo com pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo o jornal O Globo, Ildo Sauer atribui a elevação nos gastos não só ao cenário político da Bolívia, mas também ao aumento dos preços internacionais do petróleo, que influenciaram diretamante a cotação do gás natural, e a maior demanda do Brasil pelo combustível. A Petrobras deve ampliar a importação diária do insumo de 23 milhões de metros cúbicos registrados no ano passado para 27 milhões de metros cúbicos ao longo de 2006.

O volume previsto corresponde à praticamente a metade da demanda do Brasil que, hoje, é extremamente dependente do gás natural boliviano.

Gás aumenta nas bombas
O aumento do custo de importação têm sido repassado ao consumidor final. De setembro a janeiro, a Petrobras reajustou os valores em aproximadamente 42% e, neste ano, programa aumentos trimestrais. Os Estados mais afetados são os do Sul e São Paulo, cuja demanda é quase totalmente abastecida pelo gás da Bolívia.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, baseado em pesquisa da ANP, o preço do metro cúbico do GNV no Estado paulista passou de R$ 1,058 para R$ 1,095 em média – um aumento de 3,5%. A média nacional, contudo, apontou elevação de apenas 0,74% (preço aproximado de R$ 1,219 por metro cúbico), comprovando a maior dependência paulista do combustível proveniente da Bolívia.

O reajuste foi autorizado há cerca de uma semana pela Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE).

Fonte:
Invertia