PIB do Brasil cresce 0,1% no 3° trimestre de 2023, diz IBGE

05/12/2023

Economia brasileira passa por desaceleração, já que o resultado vem depois de uma alta de 1% no segundo trimestre deste ano.

Di Raphael Martins, g1 | 05/12/2023

Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no 3º trimestre de 2023 na comparação com os três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (5).

A economia brasileira passa por um processo de desaceleração, já que o saldo vem depois de a atividade crescer 1% no segundo trimestre deste ano. Em relação aos mesmos três meses de 2022, o PIB brasileiro teve alta de 2%.

Este é o terceiro resultado positivo consecutivo do indicador em bases trimestrais — o IBGE revisou os números do 4º trimestre de 2022 para uma queda de 0,1%.

Já na janela anual, a alta acumulada em quatro trimestres é de 3,1%. E, no acumulado dos nove meses de 2023, o ganho foi de 3,2% contra o mesmo período do ano passado.

Grafico – Variazione trimestrale del PIL brasiliano fino al 3° trimestre del 2023

Grande destaque do primeiro semestre, a Agropecuária teve recuo de 3,3% entre julho e setembro por conta da saída da colheita da base de comparação. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, contudo, acumula alta de 8,8%.

O segmento de serviços, setor mais importante da economia brasileira, voltou a subir 0,6% no trimestre. A alta em relação ao mesmo período de 2022 é de 1,8%.

Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,741 trilhões. Foram R$ 2,387 trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$ 353,8 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

Principais destaques do PIB no 3º trimestre:

Revisão de resultados

No terceiro trimestre, o IBGE costuma realizar revisões de resultados anteriores do PIB do país. Foram revistos os números de todos os trimestres do ano de 2022, além dos dois primeiros trimestres de 2023.

A principal revisão foi uma queda menor da Agropecuária em 2022. O recuo passou de 1,7% para 1,1%. A mudança de base também altera os resultados em 2023, já que a base de comparação muda.

Assim, o setor passou de um crescimento de 18,8% para 22,9% no primeiro trimestre, e de 17% para 20,9% no segundo.

Restano forti l’Agroalimentare e i Servizi

Agro e Serviços continuam fortes

O terceiro trimestre de 2023 fica marcado por uma desaceleração mais clara da economia, que vinha de dois trimestres crescendo na casa de 1%. O resultado mais marcante é o da Agropecuária, com queda de 3,3%. O resultado é influenciado pela saída da supersafra de soja do 1º semestre.

Ainda assim, o setor puxa a economia brasileira para cima no ano, tanto que ainda há alta de 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2022, apoiadas por culturas de milho (19,5%), cana (13,1%), algodão (12,5%) e café (6,9%). No acumulado do ano, o agro cresce 18,1%, líder absoluto entre os setores.

Os serviços também continuaram a trajetória de crescimento, com alta de 0,6% em relação ao trimestre anterior.

O IBGE destaca que seis das sete atividades analisadas registraram crescimento neste trimestre. Os maiores aumentos percentuais vieram das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%) e as imobiliárias (1,3%). Destaque também para Informação e comunicação (1%).

Também subiram outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%). Quem teve queda foi o setor de transporte, armazenagem e correio (-0,9%), atividade ligada ao transporte de passageiros, mas também aos fretes da Agropecuária.

Contra o mesmo período do ano passado, a alta foi de 1,8%. Os destaques são a Intermediação financeira e seguros (7%) e Atividades imobiliárias (3,6%).

Os serviços totais chegam ao maior patamar da série histórica e 8% acima do pré-pandemia.

A Indústria teve alta de 0,6% no trimestre e de 1% contra o mesmo trimestre do ano passado. O destaque vai para a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que cresceu 3,6% no período e de 7,3% versus o terceiro trimestre do ano passado.

Por outro lado, a Construção foi destaque de queda, com recuo de 3,8% e de 4,5%, respectivamente.

A Indústria Extrativa também vem bem no ano. A alta no trimestre foi de 0,1%, mas de 7,2% em relação ao trimestre de 2022. Segundo o IBGE, o desempenho puxado pelo crescimento da extração de petróleo e gás.

Grafico – Analisi del PIL dal punto di vista dell’offerta

Investimento cai, consumo das famílias sobe

Na ótica da demanda houve recuo importante nos Investimentos, que caíram 2,5%. Em entrevista ao g1, a economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), indica que a ação dos juros foi determinante para o resultado.

As taxas mais altas, somadas às indefinições da agenda econômica do governo, foram freios na decisão de investimentos de empresários e trouxeram impacto ao setor. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda é ainda mais acentuada, de 6,8%.

O IBGE destaca a influência de uma queda na produção interna de bens de capital, decréscimo na Construção e redução na importação de bens de capital.

Já o consumo das famílias continua crescendo, influenciado pelas políticas de transferência de renda (como o reajuste do Bolsa Família e aumento real do salário mínimo), a melhora do mercado de trabalho e a desaceleração geral da inflação.

Por outro lado, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirma que os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas, o que trouxe queda no consumo de bens duráveis.

No trimestre, o consumo das famílias teve alta de 1,1%. Contra o mesmo trimestre de 2022, a alta foi de 3,3%. O segmento também está nas máximas da série histórica do IBGE e 5,8% acima do pré-pandemia.

Grafico – Analisi del PIL dal punto di vista della domanda

Investimento cai, consumo das famílias sobe

Na ótica da demanda houve recuo importante nos Investimentos, que caíram 2,5%. Em entrevista ao g1, a economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), indica que a ação dos juros foi determinante para o resultado.

As taxas mais altas, somadas às indefinições da agenda econômica do governo, foram freios na decisão de investimentos de empresários e trouxeram impacto ao setor. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda é ainda mais acentuada, de 6,8%.https://d60c3d218fc8db1d26ee2dd8ae6777da.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html

O IBGE destaca a influência de uma queda na produção interna de bens de capital, decréscimo na Construção e redução na importação de bens de capital.

Já o consumo das famílias continua crescendo, influenciado pelas políticas de transferência de renda (como o reajuste do Bolsa Família e aumento real do salário mínimo), a melhora do mercado de trabalho e a desaceleração geral da inflação.

Por outro lado, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirma que os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas, o que trouxe queda no consumo de bens duráveis.

No trimestre, o consumo das famílias teve alta de 1,1%. Contra o mesmo trimestre de 2022, a alta foi de 3,3%. O segmento também está nas máximas da série histórica do IBGE e 5,8% acima do pré-pandemia.

Setor externo contribui

Os bons desempenhos da Agropecuária e da Indústria extrativa no ano têm relação direta com o setor externo.

As Exportações de bens e serviços chegaram a 10% de alta em relação ao mesmo período do ano passado e de 9,8% no acumulado do ano. O IBGE destaca justamente os Produtos agropecuários, a indústria extrativa mineral, os derivados de petróleo e produtos alimentícios.

Na ponta oposta, as Importações tiveram queda de 6,1% e de 1,3% nas mesmas janelas de tempo. A redução de vendas de máquinas e equipamentos, produtos químicos e produtos farmacêuticos são alguns dos destaques.

Fonte: g1 | ECONOMIA