Participação de estrangeiros na dívida interna bate recorde em março

24/04/2012

A participação de investidores estrangeiros na dívida pública interna atingiu novo recorde histórico em março, segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública doTesouro Nacional, Fernando Garrido. Em fevereiro, essa participação era de 11,88% (R$ 209 bilhões); em março, atingiu 12,12% do total, o equivalente a R$ 215 bilhões. A série histórica do Tesouro Nacional para este indicador começa em 2005.

Segundo Garrido, esse aumento, de fevereiro para março, se deve à "valorização" da carteira de títulos de investidores estrangeiros e, também, à compra de novos papéis pelos não residentes. "No mês passado, inauguramos um novo vencimento da dívida pública, lançando NTN-F [prefixados com pagamento de cupom] com vencimento em 2023. Parte dos títulos foi para os estrangeiros", disse Garrido a jornalistas.

A participação de investidores de outros países na dívida pública interna começou a crescer com mais intensidade a partir de 2006, quando o governo federal isentou as aplicações de não residentes do Imposto de Renda. Naquela ocasião, o Ministério da Fazenda, chefiado por Antonio Palocci, avaliou que a maior concorrência nos leilões, gerada pela entrada dos estrangeiros, resultaria em queda das taxas de juros nos leilões de títulos públicos.

Em dezembro de 2007, segundo informações do Tesouro Nacional, a participação de estrangeiros na dívida pública estava em 5,1% do total, ou R$ 62,7 bilhões. Essa participação subiu para 7,2% do total no fim de 2008, ou R$ 90,66 bilhões. No fechamento de 2009, os estrangeiros já detinham 8,8% de toda a dívida pública interna, o equivalente a R$ 123 bilhões. Em setembro de 2010, por sua vez, a participação dos estrangeiros estava em 11,5%, ou R$ 176 bilhões.

Em outubro de 2010, porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a elevação do IOF para renda fixa, incluindo títulos públicos, com o objetivo de tentar conter a entrada de dólares na economia brasileira. A preocupação da Fazenda, neste caso, era com a queda do dólar – fator que gera perda de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que torna as vendas externas mais caras e as importações mais baratas.

Desde que a medida foi adotada, a participação deixou de crescer continuamente. Chegou a atingir 11,8%, ou R$ 182 bilhões, em janeiro de 2011, e terminou o ano passado em 11,35% (R$ 202 bilhões).

 

Fonte:
Expresso Mt