País continuará a estimular a expansão interna

11/04/2012

São Paulo O ministro Guido Mantega (Fazenda) voltou a afirmar ontem que o Brasil vai crescer mais de 4% neste ano. A estimativa superior à média do mercado, que está em 3,20%, segundo pesquisa do Banco Central divulgada na última terça-feira.

De acordo com Mantega, o governo trabalha para manter elevadas taxas de crescimento a fim de assegurar a contínua expansão do mercado consumidor brasileiro. Ao participar da abertura da 3º edição da Automec (feira internacional de autopeças), realizada em São Paulo, o ministro lembrou que o mercado mundial de manufaturados está estagnado, sendo necessária a expansão da demanda doméstica para garantir o crescimento da produção local.

"O Brasil vai crescer neste ano mais de 4%. É um desafio que nós temos. É um desafio que podemos alcançar se todos nós trabalharmos juntos nessa direção. Não é só o governo sozinho. Junto com os empresários, enfrentando os desafios e encontrando os caminhos juntos, como nós temos feito", afirmou.

Novas medidas

Mantega afirmou que boa parte da competitividade do produto asiático, que tem conquistado mercado dos produtos brasileiros aqui e lá fora, se deve a taxas de câmbio artificialmente desvalorizadas. Ele garantiu ainda que o governo continuará praticando uma política cambial que não deixe o real se valorizar. Questionado se novas medidas seriam tomadas, o ministro disse que "medida de câmbio não se comenta, se faz".

"Eu todo dia, de hora em hora, olho os vários mercados cambiais e, se necessário, tomamos medidas para que não haja a valorização do câmbio, que nós sabemos que hoje é talvez o fator número um da competitividade dos produtos manufaturados brasileiros", afirmou ele durante o discurso na feira internacional.

Mantega elencou em seu discurso as várias medidas de estímulo ao setor de autopeças que forma anunciadas na semana passada dentro da segunda fase do programa Brasil Maior, que visa elevar a competitividade da indústria brasileira. Entre elas, estão a desoneração da folha de pagamento e linhas de financiamento mais baratas.

Cobranças

O presidente do Sindipeças, Paulo Butori, elogiou as medidas, mas disse que mais precisa ser feito. Ele cobrou a realização das reformas tributária e política e mais investimentos para reduzir o custo logístico.

Burtori também disse ser importante que os Estados sigam o exemplo do governo federal e desonerem a produção. De acordo com ele, o governo de São Paulo pretende aumentar o imposto que incide sobre a Margem de Valor Agregado (MVA) do setor de autopeças de 40% para cerca de 80%.

"Isso aí acaba com a nossa possibilidade de ser competitivo", reclamou o presidente.

 

 

Fonte:
Globo.com