Mistura do álcool anidro à gasolina pode voltar a 25%

09/01/2009

A mistura do álcool anidro à gasolina deve subir de 20% para 25% no próximo dia 1º de novembro, pelo acordo costurado entre usineiros e o governo desde a semana passada. Depois de uma reunião na qual os empresários garantiram que o aumento da mistura não vai provocar a falta do etanol, o setor sucroalcooleiro encaminha até o final desta semana uma proposta final para ser analisada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima).

A mistura foi reduzida para 20% em janeiro deste ano, após a iminente crise de desabastecimento do etanol e da disparada do preço do combustível nas destilarias. De acordo com o presidente da União da Agroindústria Canavieira (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, o intervalo de tempo entre o fechamento do acordo até a eventual aprovação pelos ministros do Cima “é para dar tempo ao governo, afinal de contas não se trata de tirar o pai da forca”.

Já para o diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, o setor sucroalcooleiro apresentou condições suficientes para que o aumento da mistura se efetive, mas foi sugerido aos usineiros que façam a proposta oficial. “O pleito tem argumentos convincentes, mas, é claro, depende da aprovação dos ministros do Cima”, disse ele. O Cima é formado pelos ministros da Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Fazenda. As reuniões do conselho não são periódicas e acontecem em casos como aumento ou redução de mistura, por exemplo.

Ao governo, os usineiros não farão propostas com dados de fornecimento do álcool hidratado, utilizado no abastecimento de veículos flex fuel ou só a álcool. “Esse mercado é livre e regulado pelo consumidor, que é o senhor da demanda”, afirmou o presidente da Unica. Exemplo disse é que o próprio Bressan, que confessou ter um veículo flex, que utiliza gasolina quando abastece em Brasília, onde o álcool custa, em média, R$ 1,70 o litro. “Quando vou passar o final de semana em uma fazenda em Goiás eu abasteço com álcool, onde o litro custa R$ 1,39”, disse o diretor.

Hoje, a Unica estimou que as usinas e destilarias da região Centro-Sul do Brasil vão processar 370,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2006/07, volume 9,3% superior a 339 milhões de toneladas processadas na safra passada e dentro das margens de 365 milhões e 375 milhões de toneladas projetadas inicialmente pelo mercado e pelos produtores nesta safra.

A entidade previu ainda que serão produzidos 15,75 bilhões de litros de álcool em 1006/08, alta de 10,14% ante os 14,3 bilhões de litros produzidos no Centro-Sul na safra passada.

Fonte:
A Tarde online