Mercado imobiliário mais estável tranqüiliza os EUA
09/01/2009
As vendas de casas novas nos EUA voltaram a crescer em agosto depois de ter atingido o nível mais baixo dos últimos três anos. A recuperação coincide com a queda nos custos de financiamentos e na redução dos preços cobrados pelas construtoras.
As compras subiram 4,1% atingindo o ritmo anual de 1,050 milhão de unidades e os preços de venda caíram pela primeira vez desde 2003, disse ontem o Departamento de Comércio. Em julho, a marca anual foi de 1,009 milhão.
O departamento também divulgou dados sobre encomendas de bens duráveis, que tiveram uma inesperada queda em agosto. A redução foi de 0,5% e vem após uma queda de 2,7% em julho.
Os relatórios sobre venda de residências e sobre retração dos bens duráveis – num momento em que o comércio se ajusta à redução da demanda americana – sugerem que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) talvez esteja conseguindo esfriar a economia para reduzir a inflação.
Alguns economistas consideram as vendas de casas novas um indicador mais preciso sobre a condição do mercado do que as vendas de imóveis usados. Enquanto as vendas de imóveis novos são registrados no momento da assinatura do contrato, os de imóveis usados são calculados somente quando a venda é fechada, normalmente em um ou dois meses.
Para o diretor de análises econômica e de mercado do Citigroup Global Markets, de Nova York, Steven Wieting, o Fed não está mais atuando e já atingiu seu objetivo. “Nós estamos nos preparando para uma retomada da atividade no começo de 2007.”
Mas ao comentar a queda inesperada das encomendas, o presidente da Naroff Economic Advisors, mostrou-se bem menos otimista. “A economia mostra mais fraqueza do que se esperava.”
Títulos do Tesouro se valorizaram com os dados sobre a venda de casas. As taxas de financiamento para compra de imóveis são baseadas nos ganhos do Tesouro, que vem caindo desde o fim de junho.
Em um outro relatório divulgado ontem, a Associação de Bancos de Financiamento mostrou que a média da taxa fixada para 30 anos caiu na semana passada para 6,18%, a menor taxa desde janeiro.
As vendas de novas casas estão 17,4% mais baixas que o mesmo período do ano passado, segundo o Departamento de Comércio. O preço médio caiu 1,3%: de US$ 240 mil em agosto de 2005 para US$ 237 mil em agosto de 2006.
A preocupação de que os gastos do consumidor continuem em ritmo lento, enquanto o mercado imobiliário fica fraco, pode fazer com que as empresas estejam relutantes em adquirir novos equipamentos. À exceção de equipamento de transporte, as encomendas de bens duráveis caíram 2% em agosto, a maior e mais de um ano. Pedidos de artigos – excluindo os de defesa e os de aviação – caíram 0,3% em agosto depois de uma subida de 0,9% em julho.
Fonte:
Valor Economico