Juros: selic cai 0,25 ponto percentual, para 12,75% ao ano

SAFRAS (07) – O Comitê de Política Monetária (Copom ) do Banco Central confirmou as expectativas do mercado e cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, sem viés, por unanimidade. Agora, a Selic está em 12,75% ao ano.

De acordo com o último Boletim Focus, evantamento semanal feito pelo Banco Central junto aos analistas de mercado, a projeção para o final deste ano é de juros em 11,5%.

Em nota, o BC informa que “dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu por unanimidade reduzir a taxa Selic para 12,75% ao ano sem viés”.

O Copom vem promovendo cortes sucessivos na taxa desde setembro 2005, mas diminuiu a velocidade da redução no encontro de janeiro, quando baixou a taxa em apenas 0,25 ponto depois de seis cortes consecutivos de meio ponto percentual. O movimento de redução dos juros começou em setembro do ano passado e já soma 6,75 pontos percentuais.

Além da turbulência dos mercados internacionais, outro fato marcou o encontro de hoje: é a primeira vez que o Copom discute os juros desde o anúncio da saída do diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, feito na semana passada. Bevilaqua sempre foi considerado o mais conservador entre os diretores do Banco Central.

Ele participou da primeira etapa da reunião nesta terça-feira, mas hoje, quando a decisão foi votada, ele ficou de fora pois sua desoneração foi publicada no Diário Oficial. Em seu lugar, assumiu o diretor de estudos especiais, Mário Mesquita, que acumulará os dois cargos. Com isso, além do presidente do BC, Henrique Meirelles, apenas seis diretores tiveram direito a voto. Outro diretor, Gustavo do Valle, está também acumulando duas diretorias, a de liquidações e desestatização e a de administração.

Esses fatores, porém, não mudaram as projeções do mercado, que continua apostando numa Selic em 11,5% no final de 2007. O conservadorismo foi mantido mesmo diante das últimas projeções para a inflação. De acordo com o Boletim Focus da última segunda-feira, o mercado financeiro reduziu pela quinta semana seguida as previsões de inflação para este ano. A estimativa média dos analistas para o IPCA (Indice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2007 caiu de 3,91% para 3,88%.

O texto da ata da última reunião do Copom, em janeiro, considerava que a condução da política monetária pelo Banco Central tem contribuído para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos.

Naquela ocasião, a decisão não foi unânime: cinco membros votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, enquanto três defendiam a manutenção do ritmo de 0,5 ponto percentual adotado em reuniões anteriores.

O Copom ponderou que, como há uma defasagem entre a implementação de política monetária e seu efeito prático na atividade econômica, uma parte importante dos cortes ainda não se refletiu no nível de atividade. Por isso, dizia o documento, cinco dos oito integrantes do grupo decidiram que a maior parcimômia na condução do juro básico já deveria ser adotada na reunião de janeiro, ao contrário do que defendiam os outros três integrantes, que votaram por um corte maior, de 0,5 ponto percentual. Segundo a ata, as decisões de política monetária passarão a ter impactos concentrados apenas no segundo semestre de 2007 e, progressivamente, em 2008. Na ata, o Copom destacou ainda que os dados referentes à atividade econômica ainda não sugerem uma probabilidade elevada de pressões significativas sobre a inflação no curto prazo. As informações são da Agência Leia.

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