Juros para empresas cresceram 23%
09/01/2009
Brasília, 24 de Outubro de 2007 – As taxas do cheque especial subiram de 139,5% para 140% ao ano, em média, no mês de setembro. Os juros médios para empréstimos a pessoas jurídicas aumentaram para 23,2% ao ano. No mês anterior, a taxa média cobrada de empresas para operações de crédito era de 23,1% ao ano. O mesmo ocorreu com as taxas de juros do cheque especial que subiram de 139,5% para 140% ao ano, em média, no mês de setembro. Os aumentos mostram um movimento que deve se alastrar em outubro, pois o custo de captação dos bancos cresceu no mês passado, mesmo antes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central interromper a seqüência de dois anos de cortes na taxa básica de juros, a Selic.
No dia 17, a Selic foi mantida em 11,25%. Em 2 de setembro, o corte foi de apenas 0,25 ponto percentual, depois de três reduções consecutivas de 0,5 ponto. Na prévia dos oito primeiros dias de outubro, todas as taxas médias de juros para operações de crédito registraram aumento. Para pessoas físicas, passaram de 46,3% ao ano para 46,4% ao ano. Para pessoas jurídicas, subiram de 23,2% para 23,5% ao ano. E na média total passaram de 35,5% para 35,7%.
O spread bancário – que representa a diferença entre o custo de captação no mercado financeiro e o que os bancos cobram dos clientes – também aumentou nos primeiros dias úteis deste mês, de 24,6% para 24,7% no total.
“Qualquer movimento na Selic se reflete no custo de captação e na taxa ao tomador final dos empréstimos”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. “Só a redução do spread bancário pode sustentar agora uma queda nas taxas de juros.”
Desde novembro do ano passado, a taxa média de juros para empréstimos a empresas não aumentava. Naquele mês, os juros subiram de 27,3% para 27,4%. Para pessoas físicas, os juros dos empréstimos caíram em setembro para 46,3% ao ano, o menor nível histórico. Em agosto eram de 46,3%.
Com isso, a média total também registrou queda, de 35,7% ao ano para 35,5% ao ano. Lopes explicou que o spread dessas modalidades de empréstimos caíram porque o volume de operações segue em alta.
“Com o aumento da massa de crédito, os bancos aproveitam o ganho de escala para reduzir o spread”, resumiu Lopes.
“O que sustenta o aumento do crédito é a bancarização. As pessoas têm cada vez mais acesso aos bancos.”
O spread bancário para pessoas físicas caiu de 35,3% em agosto para 35% em setembro. E para pessoas jurídicas aumentou de 12,4% para 12,7%.
O volume de recursos livres para pessoas físicas – descontados o crédito consignado
e o direcionado com recursos do governo – aumentou 2% no mês passado, para R$ 229,5 bilhões.
Mesmo com a queda do spread e da inadimplência entre as pessoas físicas, de 7,2% para 7,1%, os bancos elevaram as taxas do cheque especial. O chefe do Departamento Econômico do BC garante que foi uma situação concentrada nessa modalidade de empréstimo.
Fonte:
Gazeta Mercantil
Juliana Rocha