Itália é atingida por novos terremotos; mortos já chegam a 278
09/04/2009
As réplicas do terremoto na Itália geraram pânico nesta quinta-feira (9) entre os milhares de sobreviventes assentados em acampamentos provisórios, enquanto o estado prepara os funerais da Sexta-feira Santa das 278 vítimas encontradas até agora.
A terra continua tremendo quatro dias depois do terremoto que devastou a região de Abruzzsos, agravando a tragédia das quase 28 mil pessoas que ficaram desabrigadas.
Vários tremores, um deles de intensidade 5,2 graus na escala de Richter, assustaram durante a noite fria desta quinta-feira os habitantes de L''Aquila, uma cidade arrasada pelo movimento sísmico.
Na segunda-feira, os 60 mil habitantes de L''Aquila se viram obrigados a deixar a cidade após o desabamento de quase todo o patrimônio histórico, assim como do principal hospital e da prefeitura.
As condições de vida nos acampamentos são difíceis, não há água quente, os apagões são constantes e os banheiros químicos, insuficientes. Os tremores estão sendo notados até em Roma, a 100 km de distância.
Durante esta noite, os socorristas anunciaram que haviam recuperado outros dois corpos na Casa dos Estudantes, um prédio novo, que desabou como um castelo de cartas na madrugada de segunda-feira.
As esperanças de encontrar alguém com vida sob os escombros da cidade devastada diminuem a cada hora, mas as autoridades permitiram as buscas até o domingo de Páscoa. O número de feridos chega a 1.170, com 179 em estado grave, de acordo com a contagem dos carabineiros.
As duas primeiras vítimas do terremoto foram enterradas quarta-feira, uma na região afetada pelo tremor e a outra na zona vizinha de Molise.
AUTORIDADES – O presidente da República, Giorgio Napolitano, visitou hoje a cidade de L''Aquila e percorreu em silêncio o corredor dos caixões de cor branca de dez crianças. Napolitano visitou também a cidade símbolo da devastação, Onna, que foi apagada do mapa e perdeu 40 de seus 400 habitantes, entre elas uma argentina e seu bebê de cinco meses.
O Papa Bento XVI anunciou quarta-feira que "assim que for possível" visitará a região, onde ainda trabalham 8,5 mil homens do corpo de socorro.
O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, que todos os dias visita a área atingida pelo terremoto, anunciou um grande plano de reconstrução dividido em 100 projetos a cargo de 102 províncias.
Segundo estimativas do governo, serão necessários ao menos 1,3 bilhão de euros para a reconstrução, que durará provavelmente vários anos.
Fonte:
Diário do Grande ABC