Investir no exterior requer técnica apurada

09/01/2009

Real valorizado, moeda estrangeira cotada a patamares há anos não vistos. Porém qual a vantagem que o brasileiro, que tem a cultura de investir o suado dinheirinho na poupança todo mês, pode tirar dessa situação? A

lém das alternativas tradicionais, dado o bom desempenho da economia brasileira, novas tentativas podem ser colocadas em prática. Investir no exterior é uma das opções a ser levada em consideração.

Mais simples do que se pode imaginar no que diz respeito ao campo burocrático, mas muito mais complexo como estratégia, investir no exterior requer uma certa cautela principalmente pelos riscos da operação. Primeiro, por razões óbvias, é preciso conhecer o setor e, principalmente, definir objetivos da aplicação.

Nos último 12 meses, os fundos de investimento no exterior tiveram desempenho fraco em relação aos ativos de renda fixa e variável brasileiros. Em compensação, aplicar em títulos do governo norte-americano é, teoricamente, muito menos arriscado do que colocar dinheiro em títulos do governo brasileiro. Porém vale ressaltar que conseqüentemente, o rendimento também acaba sendo muito menor.

Nesta equação, além dos custos e limites mínimos exigidos pelas instituições financeiras e governo, um ponto importante a ser considerado é a taxa de câmbio. Caso o real obtenha maior valorização em relação ao dólar, o prejuízo será maior. Já na situação contrária, a moeda brasileira tem grande peso no investimento no exterior. Isto ocorre porque dificilmente não se aplica em real la fora. Os recursos são convertidos para outra moeda, em geral dólar ou euro, para assim ser possível comprar ativos nos mercado internacionais.

Alternativas para encarar risco em dobro

Há dois caminhos para quem pretende investir no exterior. O mais comum é abrir uma conta corrente em um banco estrangeiro. É importante ressaltar que é indispensável declarar à Receita Federal para evitar problema com o leão. Uma vez aberta a conta, o sistema é parecido com o Brasil. Ou seja, o investidor escolhe em quais ativos pretende aplicar.

Outro jeito de investir recursos fora das fronteiras brasileiras é procurar uma instituição financeira no Brasil que administre um fundo de investimento no exterior. O banco terá a responsabilidade de conduzir os recursos do fundo no exterior conforme as definições constantes do prospecto. Em geral, os fundos de investimento no exterior concentram os recursos em títulos de renda fixa público e privados.

A aparente facilidade de investir, contudo, não deve tirar o foco dos riscos do negócio. O primeiro deles é o da própria carteira de investimento, que pode ser compreendido basicamente como o risco de crédito ou de mercado, dependendo dos ativos escolhidos. O segundo é o cambial, que converte os recursos para uma moeda estrangeira. Ou seja, é arriscada a perda do investimento no exterior caso o real se valorize perante o dólar, como tem acontecido neste ano. Porém, a questão vista por um outro ângulo, ou seja, se o real se desvalorizar é gerado um ganho cambial para o investidor.

Fonte:
Dinheiro Vivo
25/10/2005