Intervista realizzata al Dott. Pollastri

09/01/2009

São Paulo, 6 de Outubro de 2004 – Assento no Conselho de Segurança pode ter apoio de Washington.

Os Estados Unidos poderão facilitar o acesso do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, caso este seja ampliado. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse ontem que o Brasil seria “um sério candidato” a uma vaga, caso o painel que estuda reformas no Conselho opte pela ampliação das vagas permanentes, que hoje são de cinco países. Fazer parte desse grupo é uma das prioridades da política externa do atual governo, que tem buscado apoio internacional para isso.

O secretário disse ainda que os EUA sabem que o Brasil não pensa em produzir armas nucleares, e que isso não é motivo de preocupação na relação bilateral. A afirmação refere-se à pressão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que o Brasil permita uma supervisão ampla do sistema que desenvolveu para enriquecimento de urânio. Os EUA são um dos principais paises por trás dessa pressão.

Entre os motivos citados por Powell para a qualificação do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança estão a disposição do País em enviar tropas para missões de paz no hemisfério, como está sendo feito no Haiti, o fato de ser uma democracia não-nuclear e de grande porte, e que que tem “um papel muito responsável no comércio”.

O secretário ressalvou, porém, que Washington aguarda os resultados dos estudos sobre a ampliação do Conselho, que devem sair no final do ano, antes de adotarem posições mais firmes sobre países individualmente. O peso dos EUA numa decisão sobre novos membros é crucial. Além desse país, são membros permanentes o Reino Unido, a França, a China e a Rússia, que tem poder de veto. Outros dez assentos são rotativos e o Brasil ocupa um deles, desde janeiro, num mandato de dois anos.

Powell, que chegou na noite de segunda-feira a São Paulo, retorna hoje aos EUA. É prevista uma escala em Granada. É sua primeira visita ao Brasil como secretário de Estado, posto que ocupa desde janeiro de 2000.

Gazeta Mercantil
6/10/2004