Instituições reduzem projeção para inflação e crescimento
09/01/2009
Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as 49 instituições pesquisadas também diminuíram a previsão para a taxa de juros
Flavio Leonel
SÃO PAULO – As instituições financeiras do País voltaram a reduzir, em novembro, a previsão média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, para o encerramento de 2006. Levantamento divulgado nesta sexta-feira pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou que a projeção média de 49 instituições pesquisadas é de que a economia deverá fechar este ano com incremento de 3,04%, mesmo porcentual estimado para o índice oficial da inflação no período. Em outubro, os números projetados eram de 3,12% e 3,11%, respectivamente.
A Febraban destacou que este foi o terceiro mês consecutivo de redução na projeção de crescimento econômico para 2006. Segundo a federação, o resultado da produção industrial de setembro, divulgado no dia 7 de novembro, contribuiu para que os economistas revisassem suas estimativas de crescimento econômico neste ano. Na ocasião, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que houve recuo de 1,4% em setembro ante agosto, o que representou declínio maior que o esperado por analistas.
Para 2007, as instituições pesquisadas pela Febraban projetaram, em novembro, crescimento médio para o PIB de 3,49% e para o IPCA de 4,13%. Quanto ao PIB, não houve mudança, na comparação com outubro. Já em relação ao IPCA, a expectativa no mês passado era de 4,21%.
Juros
Além das reduções nas projeções para PIB e IPCA de 2006, as 49 instituições pesquisadas pela federação em novembro diminuíram a previsão média da taxa básica de juros do País, a Selic (atualmente em 13,75% ao ano), para o encerramento do ano. Segundo a pesquisa, a Selic projetada para o fim de 2006 passou de 13,49%, em outubro, para 13,34% neste mês.
De acordo com a Febraban, esta nova estimativa mostrou que cresceram as apostas dos analistas numa redução de 0,5 ponto porcentual para a taxa na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o último deste ano, que está agendado para os dias 28 e 29 de novembro.
Balança
O superávit da balança comercial brasileira deverá atingir US$ 44,2 bilhões no final de 2006, conforme projeção realizada pelas instituições pesquisadas em novembro pela Febraban. A previsão é superior à realizada em outubro, quando os bancos estimavam superávit de US$ 43 bilhões.
O levantamento, divulgado nesta sexta-feira, apontou que a estimativa para as vendas externas ficou em US$ 135,10 bilhões, número inferior ao projetado em outubro, de US$ 133,05 bilhões. Quanto às importações, os bancos estimaram US$ 90,89 bilhões para 2006, superior aos US$ 90,05 bilhões previstos no mês anterior.
A Febraban divulgou também projeções para a balança de 2007. Segundo as instituições, o superávit para o próximo ano deverá alcançar US$ 36,8 bilhões, resultado de US$ 141,24 bilhões em exportações e de US$ 104,43 bilhões em importações. Em outubro, não houve pesquisa sobre o ano seguinte.
O estudo da Febraban mostrou que os bancos esperam que o dólar feche dezembro de 2006 cotado a R$ 2,16, valor inferior à previsão, de R$ 2,18, feita em outubro. Quanto ao risco País, as instituições reduziram a previsão média, de 221,39 pontos para 218,99 pontos. Já a estimativa para o superávit primário, passou de 4,26% do PIB para 4,27%.
A expectativa para as transações correntes foi de saldo de US$ 11,85 bilhões e o investimento direto estrangeiro apresentou um valor projetado US$ 15,58 bilhões. Em outubro, as projeções eram de US$ 10,83 bilhões e US$ 15,33 bilhões, respectivamente.
Para 2007, os bancos pesquisados informaram também que trabalham com estimativas de R$ 2,27 para o dólar; de 208,17 pontos para o risco país; de 4,27% para o superávit primário; saldo de US$ 6,75 bilhões para as transações correntes; e investimento estrangeiro direto de US$ 16,07 bilhões.
Fonte:
Estadão.com.br