Indústria do país vai pagar o dobro pela energia em 2015
10/02/2015
SÃO PAULO. O preço da energia paga pela indústria no Brasil atingirá, em 2015, o dobro do valor desembolsado no início de 2013, após o governo federal adotar um plano para reduzir o custo da energia em até 30%. As estimativas são da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e apontam que o preço médio da energia atingirá R$ 518,7/MWh em 2015 – o que representa uma expansão de 97,1% em relação a janeiro de 2013.
O número apresentado leva em consideração o valor pago por indústrias no mercado cativo e ainda não inclui potenciais novos reajustes a serem implementados no decorrer do ano. “Falamos de um aumento de quase 100% em relação ao período imediatamente após a Medida Provisória e, quando consideramos o período anterior à MP, um aumento de 56%”, compara o executivo da área de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado.
A MP citada por ele é a medida provisória 579, elaborada no final de 2012 e que tinha como objetivo reduzir o custo da energia no Brasil. Desde então, porém, os preços estão em elevação. Entre 2013 e 2014, o custo da energia paga pela indústria cresceu 23,2% – número que será seguido por um reajuste de 43,6% entre 2014 e 2015. “Esse número considera apenas o pagamento de empréstimos, a retirada de subsídios, a adoção da bandeira tarifária, o reajuste da bandeira tarifária e mais a correção pelo IGP-M nos contratos das distribuidoras”, pontua Prado.
Vem muito mais por aí. A conta não considera, portanto, os reajustes anuais regulares das distribuidoras de energia, além da correção pela inflação, tampouco eventuais pedidos de reajustes extraordinários por parte das empresas.
Tais aumentos levarão o reajuste no custo de energia para a indústria a mais de 50% em 2015. “A indústria está ficando desesperada”, sintetizou ele. “A situação não é boa hoje e, até agora, não conseguimos enxergar qualquer previsão de melhoria para o futuro”, complementou o especialista, que participou ontem do Fórum de Comercialização de Energia: Outlook 2015, que foi promovido pela Blue Ocean, em São Paulo.
Fonte:
O Tempo