Indústria cresce apenas 0,5% em julho

09/01/2009

A produção física da indústria brasileira voltou a crescer em julho. Na comparação com junho a alta foi de 0,5%, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este é o quinto aumento consecutivo nesta base de comparação, e a expansão acumulada desde fevereiro é de 6,1%. Em relação a igual período de 2003, o aumento chegou a 9,6%. No acumulado do ano a manufatura expandiu 7,8% e, em doze meses, 5%.

“A leitura que fazemos desse resultado é que prossegue a reação positiva da produção industrial, influenciada positivamente por bens de capital e bens duráveis”, disse Silvio Sales, coordenador de indústria do IBGE. Ele destacou que julho foi o maior nível de produção da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (PIM). “Ela foi 8,3% superior a média de 2002, ano base da pesquisa”, destacou.

Na passagem de junho para julho os bens intermediários lideraram com aumento de 2,3%, seguido pelos bens duráveis, com 1,1%. Já os bens de capital chamaram a atenção na comparação com ajuste sazonal porque caíram 1,1%. O mesmo aconteceu com os bens de consumo semi e não duráveis, cuja produção declinou 1% na mesma comparação. “Não consideramos essa queda uma reversão da tendência de crescimento dessas categorias”, comentou Sales. Em bens de capital, ele lembrou que a queda vem após quatro meses consecutivos de crescimento desses produtos, quando o segmento acumulou expansão de 9,9%.

“Após esta performance, uma acomodação isolada não significa reversão. As outras estatísticas do setor continuam fortes. As importações de bens de capital cresceram 48,1% em agosto contra agosto”, observou Sales.

Os semi e não duráveis também apresentaram crescimento em três meses seguidos, de março a junho, expandindo 2,3% no período. “O que acontece, é que os não duráveis são sempre os últimos a reagir na cadeia da recuperação econômica, pois dependem do comportamento da renda e do emprego”, ressaltou o coordenador de indústria do IBGE.

Em julho, 16 dos 23 setores pesquisados pelo IBGE registraram alta da produção em relação a junho, na série com ajuste sazonal. As maiores altas foram em automóveis (5,4%), produtos de metal (7,0%) e fumo (24,2%, influenciados pela base de comparação muito baixa).

A retração dos não duráveis em julho ante junho decorreu da queda na produção de combustíveis (menos 4,4%), com destaque para álcool e gasolina. “Embora o refino dos derivados de petróleo tenha caido menos (2,6% de queda) o álcool sozinho caiu 9,8%, puxando a média para baixo”, informou Sales. A indústria farmacêutica também colaborou para derrubar os semi e não duráveis, pois teve retração de 6,3%, após quatro meses seguidos de crescimento.

No confronto com julho de 2003, 24 dos 27 setores pesquisados tiveram aumento de produção. Os destaques positivos ficaram por conta de automóveis (39,5%), que se mantém como o maior impacto positivo na formação da taxa global. Os semi e não duráveis cresceram 3,2%, puxados por confecções e calçados que cresceram 6,8% nesta base de comparação e produção de alimentos e bebidas, com alta de 6,2%.

Na taxa acumulada do ano, a fabricação de veículos foi novamente o destaque, com 28% de crescimento sobre igual período de 2003. Nesta base de comparação, os semi e não duráveis têm expansão de 2%, abaixo da média da indústria, enquanto os bens de capital crescem 24,9% e os bens duráveis, 22,5%, mantendo a liderança.

Valor Online
10/9/2004