Indústria brasileira volta a contrair após 4 meses, aponta PMI

02/05/2014

Por Camila Moreira
SÃO PAULO, 2 Mai (Reuters) – A indústria brasileira voltou a encolher em abril devido à queda na produção e no volume de novos negócios, interrompendo quatro meses seguidos de expansão, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira.

O PMI da indústria recuou em abril para 49,3, ante 50,6 em março, segundo o Markit, ficando abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde novembro e atingindo o nível mais baixo desde julho (48,5).

"A queda do PMI de indústria e o enfraquecimento da maioria de seus componentes sugerem que a economia brasileira está perdendo ímpeto conforme entra no segundo trimestre de 2014", afirmou o economista-chefe do HSBC André Loes.

No mês passado, a produção da indústria medida pelo PMI contraiu pela primeira vez desde agosto de 2013, com queda em todos os três subsetores avaliados na pesquisa.

O motivo, segundo o Markit, foi a redução da entrada de novos trabalhos diante de um ambiente econômico difícil, encerrando quatro meses de crescimento.

Volumes mais baixos de novos pedidos foram registrados em todos os três subsetores, com a queda mais rápida vista em bens de consumo.

"As evidências destacaram uma demanda mais fraca, pressões competitivas e incerteza em relação às perspectivas econômicas", destacou o Markit.

Essa situação levou a uma redução no emprego após dois meses de criação de vagas, ainda que os cortes tenham sido, de um modo geral, marginais.

O número de funcionários diminuiu entre as empresas de bens de consumo e de produtos semiacabados, enquanto as de produtos de bens de investimentos não indicaram alteração.
A inflação, tanto de preços de insumos como de produtos finais, desacelerou em abril. Os entrevistados na pesquisa citaram custos mais altos por matérias-primas importadas, mas ainda assim a inflação dos insumos foi a mais fraca em quatro meses.

O resultado do PMI acompanha a queda apontada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na confiança da indústria em abril, de 0,6 por cento, para o menor nível desde junho de 2009.

O IBGE divulga na quarta-feira os números de março da produção industrial brasileira. Nos dois primeiros meses deste ano, a produção avançou, num movimento que foi suficiente para anular a perda vista no final do ano.

 

Fonte:
Uol