IGP-M registra primeira deflação da história no Brasil

29/12/2009

Rio de Janeiro, 29 dez (EFE).- Pela primeira vez na história, o Brasil registrou deflação anual em um índice de referência, como o que serve para definir o reajuste dos aluguéis, informou hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) fechou o ano com uma deflação de 1,72% e se transformou no primeiro indicador de preços importante com sinal negativo no país, que entre as décadas de 1970 e 1990 sofreu com vários períodos de hiperinflação.

Composto pelos preços do atacado (60%), do varejo (30%) e da construção civil (10%), o índice é calculado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Para a deflação contribuiu a queda do preço das matérias-primas brutas (-6,80%), dos bens intermediários (-7,29%) e dos produtos industrializados para o mercado atacadista (-4,74%).

Os preços ao consumidor aumentaram 3,97% e os da construção foram valorizados 0,20%.

Até novembro, a inflação oficial acumulava uma alta de 4,22% e ao final do ano ficará próximo da meta marcada pelo Banco Central, que é um aumento de 4,5%.

Entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90, devido à escalada inflacionária, proliferou o surgimento de vários índices, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) assim como a FGV.

Os anos mais duros de inflação conduziram a desvalorizações, várias mudanças de moeda e ao confisco monetário e ao congelamento das contas bancárias, a medida mais polêmica e impopular que foi decretada pelo presidente Fernando Collor de Mello em março de 1990, quando a inflação era de 82% ao mês.

Em 1º de julho de 1994, o presidente Itamar Franco lançou o Plano Real, o nono programa de estabilização de preços aplicado em duas décadas, que criou a moeda atual e resolveu o problema da inflação ao estabelecer regras de conversão e controlar o déficit público. EFE

Fonte:
G1