Há 1,8 bilhão de trabalhadores informais no mundo, diz OCDE

09/04/2009

O número de trabalhadores informais, aqueles que atuam sem registro e seguridade social, no mundo chegou a 1,8 bilhão, o que representa mais da metade da força de trabalho mundial, segundo estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) divulgado nesta quarta-feira.

De acordo com o estudo "Is Informal Normal?" ("A Informalidade é Normal?", em tradução livre), a crise econômica mundial "tem colocado muitas pessoas para fora do mercado de trabalho e, nos países em desenvolvimento sem seguro-desemprego, elas são forçadas a ficar em empregos informais com baixos salários, sem proteção e expostas a riscos".

Para a OCDE, até 2020, esse número deve aumentar em um terço, mantidas as atuais projeções de crescimento populacional e das economias dos países, de acordo com o estudo. A organização acredita que o avanço na informalidade pode ser maior, porém, "se mais empregos forem perdidos em meio à crise econômica e mais migrantes voltarem a seus países de origem para empregos informais".

"Mesmo durante os bons tempos, com taxas sólidas de crescimento, em muitos países em desenvolvimento o emprego informal cresceu", disse Johannes Jutting, um dos autores do estudo. "Embora a Índia tenha crescido ao longo da última década acima de 5 pontos percentuais ao ano, as pessoas lá sentem que não estão sendo criados melhores empregos."

Segundo o pesquisador, nove em cada dez trabalhadores na Índia –cerca de 370 milhões de pessoas– não têm seguridade social.

O avanço do emprego informal no mundo pode acarretar menores salários nos países mais pobres, justamente os que dispõem de redes de proteção social mais precárias, diz o estudo –que destaca que as mulheres, que constituem a maioria dos trabalhadores na informalidade, sofrerão um forte impacto.

Segundo o estudo, "baixos salários e ausência de benefícios aumentam as chances de que as Metas do Milênio, de reduzir a pobreza mundial até 2015 não sejam atingidas."

"Ações imediatas e não convencionais são urgentemente necessárias. O estudo pede um pacote abrangente de medidas que promovam a criação de empregos de boa qualidade no setor formal e no informal.”

Fonte:
Època