Governo mantém IPI dos carros mais baixo até o fim de 2014

01/07/2014

O IPI dos carros vai ser mantido mais baixo até o fim do ano. O governo desistiu do reajuste do imposto para estimular a indústria.

O governo quer abrir mão da arrecadação de impostos para garantir empregos. E isso, as duas indústrias beneficiadas pela medida, a de veículos e a de móveis, prometeram que vão cumprir sua parte.

As montadoras pediram e o governo atendeu. É um empurrãozinho em uma indústria que não está vivendo um ano bom. O emplacamento de carros novos caiu 7,2 % em maio, em relação a maio do ano passado. Comparando os cinco primeiros meses deste ano com os de 2013, a queda é de 5,5%.

“Então nós vamos manter essas alíquotas até dezembro para estimular as vendas do setor de modo que a indústria, mesmo nesse período em que as vendas foram um pouco menores, consiga manter, por exemplo, o emprego dos trabalhadores no setor, porque as vendas deverão melhorar nos próximos meses”, anunciou o ministro da Fazenda Guido Mantega.

Até o fim do ano, carros com motor 1.0 continuam pagando 3% de IPI. Os modelos flex, com motor até 2.0, pagam 9%. E os veículos à gasolina, 10%. O IPI dos utilitários fica mantido em 3%.

O governo calcula que está abrindo mão de R$ 800 milhões de IPI, no segundo semestre. Mas, os fabricantes afirmam que a arrecadação em geral pode aumentar ou, pelo menos, não diminuir.

“Esse pressuposto de perda de arrecadação é se as vendas forem mantidas. Mas, com certeza, se houvesse um aumento da alíquota do IPI, as vendas seriam menores do que a performance, a projeção de venda, que nós podemos ter”, destaca Luiz Moan presidente da Anfavea.

O economista Rodrigo Baggi não tem tanta certeza que as vendas vão aumentar. “Você tem Copa do Mundo, eleições, risco de racionamento e tem um problema internacional relevante, que é a crise na Argentina. Então você tem um ambiente que é pouco favorável para o consumo de bens duráveis, de maior valor”, afirma o economista da Tendências Consultoria.

A reunião com as montadoras não foi a única na agenda do ministro da Fazenda. Guido Mantega recebeu ainda representantes do varejo, que pediram que a redução do IPI para o setor de móveis também fosse mantida. E conseguiram. À noite, o governo anunciou que o índice continua em 4% até o fim do ano, em vez de subir para 5%.

Os empresários e o ministro Guido Mantega acham que o desempenho da indústria está fraco porque falta crédito no mercado. Mas, não foi anunciada nenhuma medida para mudar isso.

 

Fonte:
G1